Com um espírito livre e uma imaginação fértil, ele é blogger e ao mesmo tempo influencer. Podemos encontrá-lo nas redes sociais, no Instagram e no Blog, a partilhar truques, dicas e lições de Beleza. Tem 29 anos, é licenciado em Gestão Turística Cultural e Patrimonial e com mestrado em Comunicação e Marketing. Considera–se um autodidata e sonhador.
O Tendências Online quis conhecê–lo melhor, saber o porquê da sua trajetória iniciada com a mãe e com quem teve o primeiro contacto com o universo da maquilhagem. Ele era curioso, experimentava produtos, e não foi a qualidade de homem que o impediu.
As palavras são dele, assim se descreve. Como uma pessoa repleta de sonhos e carregado de certezas. É alguém que, insistentemente, vai e faz e que é capaz de mostrar a si próprio a capacidade que tem e que, no fundo, desconhecia. Gosta de viajar. De escrever. De contar histórias. Gosta de estar rodeado de pessoas mas, ao mesmo tempo, também prefere a sua bolha. O Miguel é, também, uma pessoa complexa. Que idealiza. Que não cruza os braços de forma alguma.
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Qual o propósito da tua conta de Instagram?
Ainda que, ao longo dos anos, o meu propósito tenha vindo a mudar – porque cresci e porque vejo as coisas de forma diferente -, aquilo que continua e que faço questão de transparecer e de mostrar, é o quebrar de vários tabus. Sejam eles o facto de um Homem se poder vestir como quer, de se poder maquilhar, de poder, acima de qualquer outra coisa, Ser. A cada dia que passa, julgo que o meu propósito maior seja mostrar a realidade da vida.
A tua aventura pelo Instagram começou de forma consciente ou acabou por acontecer naturalmente?
Então, o meu percurso no digital começou quando fiz nascer o Pieces Of Me. Um blog dedicado à moda, à beleza e ao lifesytle. Aqui era onde me encontrava, onde escrevia os meus desabafos através dos looks da semana, onde mostrava os produtos que mais gostava, onde partilhava as viagens que fazia. O que é certo é que o blog cresceu de uma forma que eu não previa. Cerca de 2 anos depois, já contava com mais de um milhão de visualizações. Depois disso, com a chegada do instagram, acabei por complementá-lo com algumas publicações por lá. No fundo, servia para atrair mais público e era como uma ponte para o projeto que já tinha. Posto isto, diria que a aventura pelo instagram aconteceu de forma consciente.
O mais gostas de partilhar com os seguidores?
Tudo mas, acima de tudo, a vida. Desde looks a dicas de moda, passando pela maquilhagem, pelas viagens, pelas fotografias ou quotes de inspiração, restaurantes que acho que devem ser recomendados. Qualquer coisa. Se eu olhar para alguma coisa e conseguir “vê-la” com olhos de ver, então eu vou fotografar e, se fizer sentido para mim, vou publicar. Gosto de partilhar realidade.
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A tua missão passa por quebrar estereótipos e desafiar as regras impostas pela sociedade?
Completamente. Como referi, esse é mesmo o meu maior propósito e aquilo que ainda me faz ter vontade de publicar. Não gosto nada daquela sensação de ser mais do mesmo ou de ser mais um quando, na verdade, me posso distanciar disso sendo eu mesmo. A usar malas, a usar maquilhagem, a vestir looks mais open mind. Quero mesmo que as pessoas olhem para mim e consigam perceber o quão livre eu sou nas minhas escolhas.
Em algum momento te sentiste alvo de preconceito ou discriminação?
Seria hipócrita se disse que não porque, em alguma altura, o fui. É certo e sabido que não vamos agradar a toda a gente. E está tudo certo em relação a isso desde que tenhamos os pés bem assentes na terra e sejamos conscientes disso.
Em algumas partilhas como esta abaixo, dás a conhecer o lado real da vida de um influencer. Gostas de desmistificar a ideia de vida perfeita que se criou em torno das redes sociais?
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Sim, sim, sim!!! Cada vez mais. Aquela ideia de que é tudo perfeito, tem de ser mesmo desmistificada. Todos temos dias maus, todos temos dias em que não somos os mais produtivos ou dias em que parece que o mundo desaba. Aproveito esses mesmos dias para, de alguma maneira, mostrar a realidade. Mostrar que está tudo bem cair, mostrar que é importante passarmos por estes dias para, nos seguintes, lhes darmos mais valor. As redes sociais podem ser muito tóxicas em relação a estas temáticas e é fulcral passarmos a realidade porque, no fundo, estamos a inspirar as pessoas que nos seguem. E é precisamente com isto que acabamos por chegar mais próximo do público, ao darmos a conhecer que somos “iguais” a eles. Esta proximidade é mesmo aquilo que me faz sentir confortável nas minhas partilhas.
Como concilias as tuas publicações com a paixão por contar histórias?
Esta é difícil. O meu gosto por contar histórias cresceu com o blog. Na altura, desbravei muitas crónicas com problemas que estava a passar. A verdade é que não só me sentia mais leve quando o fazia como, de igual modo, conseguia absorver feedback que me ajudava e que me mostrava empatia por parte do meu público. Hoje em dia não o faço sempre. A criatividade e a inspiração não aparecem todos os dias mas sempre que quero falar sobre um assunto, aproveito uma fotografia de um look, uma fotografia que me traga uma memória para o fazer. Gosto desta ideia de “romantizar” uma situação através da escrita. Portanto, concilio as minhas publicações com momentos da minha vida através da minha visão fotográfica.
O que te motiva a trabalhar na criação de conteúdo para o Instagram?
Essencialmente o gosto pela moda, pela vida e pela partilha. Isto é o que faz mais sentido para mim atualmente.
Sentes que o teu trabalho enquanto criador de conteúdo é valorizado?
O meu público é um público de nicho e ainda que seja cada vez mais difícil crescer, consigo perceber que o meu conteúdo é valorizado. Atualmente não estou tão focado no número de likes ou de seguidores. Estou focado no feedback que tenho por parte de quem me segue e que me mostra que estou no caminho certo. Óbvio que me incomoda o alcance do Instagram por causa do algoritmo e de as minhas fotografias não chegarem a todo o meu público, mas hoje consigo distanciar-me disso e continuar a fazer conteúdo porque gosto genuinamente de o fazer.
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Qual a melhor mensagem ou comentário que já te enviaram pelo Instagram?
Felizmente já me disseram coisas muito bonitas, mas a que mais me marcou foi uma mensagem que me dizia que eu era 100% transparente e que, muitas das coisas que eu escrevia, era como se estivessem a falar comigo. É tão bom percebermos que temos esse impacto e que estamos tão próximos do público.
E o que mais te magoou?
Sendo o meu público um nicho, dou graças ao facto de não ter hate. Ainda assim, no início do blog, tive comentários em anónimo muito ruins. Muito ruins mesmo. Diziam que eu não ia conseguir chegar a lado nenhum, que o meu trabalho não prestava e tudo aquilo que, na altura, me pudesse fazer parar. Mas não parei e aqui estou eu!
Qual a melhor experiência que já viveste graças às redes sociais e que de outra forma não teria acontecido?
Ir aos Globos de Ouro. Foi a melhor experiência da minha vida e que de certeza que não aconteceria se não fosse o meu trabalho nas redes sociais.
Quem visita a tua conta de Instagram percebe com facilidade o gosto por moda. O que mais te fascina nesta área?
Eu vejo a moda como algo livre, como podermos comunicar através daquilo que vestimos. E é exatamente isso que me fascina. Adoro pisar riscos, misturar padrões, travar conceitos pré-definidos de que devemos vestir X com Y quando podemos vestir com Z. Gosto de mostrar que somos nós que vestimos a roupa e não é a roupa que nos veste a nós.
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Como descreves o teu estilo?
Sou muito fã de street style, oversized e vintage… portanto diria que o meu estilo está entre esses três estilos, sendo que é possível usar todos ao mesmo tempo. Ainda assim, também tenho meu Q de básico, dos neutros e de looks que sejam, acima de tudo, confortáveis. Em tudo aquilo que visto procuro sentir-me confortável e na minha pele.
Qual a tua peça de roupa preferida? E a que já te arrependeste de usar?
A minha peça de roupa favorita são camisas, sem dúvida alguma. Acho-as extremamente versáteis, leves e práticas que é tudo aquilo que precisamos. Depois disso, são os blazers. A que me arrependo de usar… talvez uns calções amarelos que comprei uma altura e que nunca os devo ter usado (risos). Não sei o que me deu, muito honestamente!!!
Tens alguma peça ou acessório a que não resistes comprar?
Malas!!! Tenho um grave problemas com malas… mas a verdade é que são o complemento perfeito para qualquer look!
Preferes seguir tendências ou apostar num estilo próprio?
Apostar num estilo próprio, sem dúvida, que me faça ser eu a 100%.Qual o melhor conselho de moda que poderias dar? Vistam sem pensar no que as pessoas vão dizer. Vistam para se sentirem na vossa pele. Vistam com personalidade. Arrisquem sem medos. Sejam vocês próprios. Esse é, sem dúvida, o melhor conselho que posso dar.
A participação no projeto da SIC Caras é o concretizar de um sonho?
Completamente. Fazer parte do Tesouras e Tesouros desde 2018 até então está a ser das melhores experiências de sempre. Sinto-me muito grato por fazer parte do painel e por me sentir tão acolhido e integrado na equipa que é extraordinária!
“Simplificar” é a palavra-chave que guia a tua vida?
Sim!!! A partir do momento em que simplificamos, a vida segue um ritmo leve. É tudo aquilo que precisamos para vivermos tranquilos connosco próprios e com os outros.
Que objetivos tens para o futuro?
Aprendi a não pensar muito no futuro e a deixar que as coisas aconteçam no tempo certo. No entanto, gostava muito, muito (muito!!) de poder lançar uma coleção cápsula.
Imagens: Instagram . . À conversa com… Miguel Gouveia – @mgouveiaa #AConversaCom
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