Fotografia de moda agora por chamadas de vídeo
O tele-trabalho está na ordem do dia, e também nos sectores em que era quase impensável, como no caso das sessões de fotos de moda, uma área na qual o fotógrafo italiano Alessio Albi abriu o caminho e do qual marcas como Zara e grandes manchetes de moda como a Vogue já fazem eco.
O material? Uma vídeo chamada e muita atitude.
O duro momento que vivemos exige que fiquemos em casa o que, além de nos afectar pessoalmente, força todos os sectores a mudar a sua metodologia de trabalho. Não foram apenas convertidas empresas e escolas, mas também sessões de fotos de moda. As sessões de fotos remotas permitem que os fotógrafos continuem a trabalhar, embora virtualmente e usando o FaceTime.
Cindy Crawford foi a primeira a alertar-nos, à cinco dias atrás, sobre esse novo tipo de sessão de fotos. A modelo posou para a fotógrafa Kat Irlin a partir de sua casa e compartilhou os resultados na sua conta do Instagram. A sessão, realizada a mais de 4.000 km de distância (Irlin mora em Nova York e Cindy na Califórnia), registou os benefícios deste tipo de fotografia e foi uma prova fervorosa de que é uma opção válida. “Moda e fotografia serão diferentes durante um tempo, mas isso não significa que devemos deixar de ser criativos”, confessou a modelo.
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Uma solução adequada?
Numa situação que se estende no tempo, a resposta perante este tipo de actividade pode ser considerada incerta, mas, contra todas as probabilidades, o fotógrafo de moda italiano Alesso Albi decidiu tentar aguçar trabalho desde Março, usando-o como uma das ferramentas principais do século XXI: novas tecnologias e redes sociais.
As video-chamadas permitem que continues a tirar fotos durante a quarentena. Tudo o que precisas é de um telemóvel com um aplicativo de chamada de vídeo, boa iluminação e muita vontade. As novas tecnologias aliadas à criatividade podem resultar em verdadeiras maravilhas. Fotos com esse efeito granulado tão na moda como as a de Cindy.
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A qualidade das imagens
De acordo com Tim Dunk, um fotógrafo inglês que anuncia que realiza fotografias remotas no seu site, para que a qualidade seja boa, é necessário que a pessoa que fotografe use um iPhone com pelo menos i0S 11. Ele, por sua vez, usa um MacBook Pro e tira as fotos fazendo capturas de tela de vídeos curtos de 3 segundos que os modelos tiram usando o FaceTime Live Photos e lhe enviam.
A distância não é uma barreira e, senão que o diga o fotógrafo Alessio Albi, que faz esse tipo de produção desde o início da quarentena. O fotógrafo tem muito bons resultados na sua conta do Instagram e foi uma inspiração para o resto dos profissionais. Fotógrafos, estilistas e modelos.
Entre elas, a top model Bella Hadid para a próxima edição da Vogue Itália, feita passado sábado pela plataforma FaceTime, resultando em instantâneos onde a modelo posa num canto brilhante da sua casa com os cabelos para cima, usando como adereço um balão azul e um ramo de flores secas.
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Os tempos mudam
“Os tempos mudam e o trabalho em casa ganha um novo significado… Novo trabalho para a Vogue Itália, com fotos e estilos feitos pelo FaceTime pelas minhas rainhas da quarentena. Tenho muita sorte de trabalhar”, disse a modelo no Instagram, rotulando as quatro pessoas envolvidas nesta sessão, em vez da equipa tradicional que geralmente envolve mais de vinte pessoas.
Empresas como a Free People também aderiram à iniciativa, que fez o catálogo mais recente da sua colecção de roupas por video-chamada com as duas top models Mikkel Gregers e Maya Stepper, que foram fotografadas usando as peças em sua casa em Nova York, onde estão confinadas.
Uma alternativa que serve para elevar os aspectos artísticos da fotografia sobre os técnicos e que funciona como uma tábua de salvação das produções fotográficas durante estas datas, nas quais modelos, fotógrafos e empresas de moda trabalham mais unidos do que nunca, apesar de fazê-lo com distância no meio.