É inegável: uma das principais causas de stress e ansiedade nos dias de hoje é a obsessão com a aparência. Todos os anos aumentam o número de vítimas de distúrbios alimentares como a bulimia e a anorexia, e também vítimas da obesidade. Mas, ao lado delas, também cresce assustadoramente o número de pessoas apenas infelizes – frustradas porque, apesar de estarem saudáveis, não atingem o padrão de beleza que a sociedade delas exige.
Para fugir da paranoia da perfeição, não existe outro método: é preciso usar a cabeça e colocar o bom senso crítico a funcionar. As pessoas relacionam-se com um ideal do eu, e não com o próprio eu. Nesse sentido, podem chegar a algo patológico, pois, relacionando-se com o corpo, estão a usar como referência modelos externos e estereotipados, com a agravante de que esses modelos estão completamente deslocados da realidade.
Como exemplo, nas fotografias utilizadas em revistas femininas estão modelos por vezes menores de idade e bastante produzidas, que dão a aparência de alguém mais próximo dos 30 anos, mas que na realidade são ninfetas. O padrão de beleza fica, assim, distorcido.
Embora a definição do “belo” seja ainda um mistério para o ser humano, a questão da beleza e dos seus padrões acompanha a humanidade desde o começo dos tempos, e, em geral, está associada aos símbolos de poder e riqueza: no Renascimento, por exemplo, época em que comer era um luxo, as mulheres consideradas bonitas eram as mais gordas.
No entanto o que se observa, principalmente nestes últimos dez anos, é uma verdadeira lavagem ao cérebro promovida por uma indústria que lucra com a obsessão das pessoas: nunca se comeu tanto, nem nunca se perseguiu tanto a magreza quanto atualmente.
No meio de tantas contradições e exigências, torna-se difícil evitar a ansiedade, mas uma coisa é certa: se a mulher não está satisfeita com a sua aparência, antes de tomar atitudes drásticas, observe com cuidado quais as suas reais necessidades, e quais as necessidades que a sociedade de consumo lhe quer impor.