É um dado adquirido: os jovens preocupam-se cada vez mais com a sua aparência física ignorando a sua personalidade. E pese o facto dos permanentes conselhos dos pais e dos médicos, a verdade é que os adolescentes sabem tudo, não precisam de conselhos dos mais velhos e, talvez o factor mais preocupante, os amigos têm sempre razão.
E para os que pensam que o problema surge na adolescência desenganem-se: com a quantidade de informação a que as crianças têm acesso, a televisão e consequentes programas para elas com conteúdo literalmente adulto, fazem com que desde muito cedo as crianças se preocupem com o seu aspecto e peso. Afinal, é na escola que têm de mostrar a sua superioridade.

Pais constataram que as filhas com 8 e 9 anos se pesam diariamente sendo que se queixam quando ultrapassam o peso certo para a altura (*) e que se traduz em gramas! Torna-se óbvio, uma vez que a criança ainda não tem noção dos valores.
Quem está mais em risco são as adolescentes. E isto porque para além do já mencionado, temos as novas receitas para diminuir de peso que todos os anos aparecem, o encorajamento à ingestão de água em excesso, um só tipo de alimento ao dia e ainda o uso abusivo dos laxantes. Factores que vão contribuir para graves problemas no futuro.
Os pais devem prestar o máximo de atenção ao comportamento das suas filhas nesta etapa da vida em que não pensam muito e não medem consequências. Um pai tem que observar se a filha quer perder peso para comprar uma determinada peça de roupa, ou se pelo contrário procura adoptar o estilo de outra pessoa.

Cuidado com esta adopção, uma vez que cada pessoa é individual, e com isto cada corpo é um corpo. Muitas vezes o peso não está na gordura mas sim na massa muscular. Tentar perder peso neste campo, poderá ser um verdadeiro suicídio.
As adolescentes têm por hábito recorrer a receitas que algumas das suas amigas lhes dizem ter resultado, como por exemplo comer apenas salada com agua perdendo três quilos numa semana, sem se aperceberem do quanto é prejudicial esta atitude uma vez que, o seu corpo está em pleno desenvolvimento e necessita de outros nutrientes para uma boa formação tanto física como mental.
Todos os anos surgem “novas dietas milagrosas”, os jovens dizem que são dietas “in”, normalmente consistindo em infusões que tiram o apetite, na execução de sopas sem qualquer teor vitamínico ou apenas o recurso a uma peça de fruta.

Ora esta situação começa a preocupar as autoridades de saúde, uma vez que as adolescentes fazem dietas extremas ingerindo tão-somente 800 calorias diárias ou menos, recorrendo à água em abundância, provocando graves alterações cardíacas com consequências fatais.
De acordo com os especialistas as adolescentes entre os 14 e os 18 anos deveriam consumir no mínimo 1800 calorias por dia para manter um peso normal e um corpo saudável. As dietas extremas se prolongadas constituem um risco para a saúde, tendo como consequência sensações de fadigas, enjoos, dificuldade de concentração, e inclusive a interrupção da menstruação.
Por outro lado, a comunicação social e as enormes máquinas de marketing, são indiscutivelmente os factores que mais influenciam nas decisões destas jovens.
Os laxantes e diuréticos são outra forma tentada de perder peso com rapidez. A venda de chás e outras infusões sem necessidade de receita médica, estão no topo da tabela dos mais consumidos. Os especialistas estão de acordo em que o abuso destas substâncias, assim como os diuréticos, ocasionam complicações muito graves como a alteração do equilíbrio, danos irreparáveis nos rins e fígado, e em casos extremos arritmias cardíacas mortais.
Os profissionais de saúde continuam a recomendar sucessivamente que, para evitar estes abusos perante a adolescência, as conversas sobre o auto-controlo e nutrição deveriam ser temas frequentemente discutidos nas escolas e com os pais – o que infelizmente não acontece.

Outra das dietas que nunca saiu de moda é a redução de hidro-carbonatos. Esta será, muito provavelmente, a dieta mais perigosa uma vez que a não ingestão de hidro-carbonatos leva à desidratação, e o nível de incremento de proteínas elevam o risco renal uma vez que os rins ficam sobrecarregados com produtos que deve eliminar, como a ureia. Consequentemente surgem as insónias, o mau gosto na boca, stress, dores de cabeça e debilidade geral.
Concluímos assim que a etapa da adolescência é a menos recomendada para fazer dietas devido à velocidade de crescimento e das mudanças hormonais. As adolescentes devem seguir uma dieta equilibrada que contenha todos os nutrientes e vitaminas necessárias, contribuindo assim para um bom desenvolvimento físico e intelectual.
Os pais têm por isso a obrigação e o dever de cuidar da alimentação das suas filhas adolescentes para um desenvolvimento saudável. Mas um aspecto a ter em conta e já mencionado no inicio: com a velocidade de propagação da informação, não se devem apenas preocupar quando as filhas estão na fase da adolescência, mas sim ainda na fase infantil.