Todos os anos, no dia 20 de novembro, celebra-se O Dia Internacional da Memória Trans, para lembrar as pessoas transexuais e de género não convencional que foram assassinadas, vítimas de transfobia e ódio, bem como para qualificar a violência que continua a ser enfrentada pela comunidade.
Este dia foi idealizado em 1998 pela activista Gwendolyn Ann Smith, para protestar contra o assassinato de Rita Hester, uma mulher transexual de ascendência afro-americana assassinada naquele mesmo ano. Desde então, a sua memória e de todas as pessoas que enfrentam a violência, ainda hoje, tem sido comemorada, tanto nas ruas quanto por meio de diversas organizações, como a ‘Gay & Lesbian Alliance Against Defamation’ (GLAAD).
Segundo os últimos dados da plataforma TTM (Transrespect versus Transphobia), no ano de 2022 houve 327 assassinatos de pessoas transexuais e género diversos (entre 1º de outubro de 2021 e 30 de setembro de 2022). Com 222 casos, a América Latina e as Caraíbas continuam a ser as regiões que mais registaram homicídios. E este ano, casos foram relatados pela primeira vez na Estónia e na Suíça. As vítimas eram mulheres transsexuais migrantes negras: Sabrina Houston, da Jamaica, e Cristina Blackstar, do Brasil. Ambas foram mortas a facadas nas suas próprias residências.
Para termos em conta mais dados do TMM – e o quão importante é este dia – este ano lê-se também que:
- 95% das pessoas assassinadas em todo o mundo eram mulheres transsexuais ou pessoas trans femininas.
- Metade das pessoas transexuais assassinadas – cuja ocupação é conhecida – eram profissionais de sexo.
- Dos casos com dados sobre raça e etnia, pessoas transexuais de cor respondem por 65% dos homicídios registados.
- 36% das pessoas transexuais assassinadas na Europa eram migrantes.
- 35% dos homicídios ocorreram na rua e 27% na própria residência.
- A maioria das vítimas assassinadas tinha entre 31 e 40 anos.
A partir daqui, reforçamos o nosso apoio à comunidade transexual e exigimos que a justiça seja feita.
10 mulheres transexuais que marcaram a história
Lili Elbe
Pioneira na realização da cirurgia de mudança de sexo em 1930, a artista tornou-se na primeira pessoa transexual conhecida. A sua história é contada no aclamado filme ‘A Mulher Dinamarquesa’.
Marsha P. Johnson
É uma das ativistas mais famosas na luta pelos direitos da comunidade LGBT+, desde os motins de Stonewall. Em julho de 1992, o corpo de Johnson foi encontrado a flutuar no rio Hudson, e a morte foi considerada suicídio pela polícia, mas as investigações subsequentes, que nunca foram esclarecidas, provaram o contrário.
Carla Antonelli
Carla Antonelli é a primeira e única deputada transexual no Parlamento de Madrid. Teve um papel muito importante na promoção da Lei Transexual na Espanha e hoje é uma referência.
Demi lovato
O caminho de Demi não foi fácil e a estrela só recentemente se assumiu transexual. Ela pediu que o pronome neutro fosse usado com ela, mas recentemente incorporou também o feminino.
Angela Ponce
A modelo é uma referência para a comunidade transexual, e o seu ativismo ajuda pessoas ao redor do mundo. Ela é conhecida por ser a primeira mulher transexual a tornar-se Miss Universo Espanha e competiu no concurso Miss Universo em 2018.
Nikki Tutorials
A conhecida ‘youtuber’ de estilo de vida e beleza Nikkie Tutorials há alguns anos deu visibilidade à sua identidade de mulher transexual.
Indya Moore
Indya Moore é uma mulher transexual, e o seu ativismo, tanto na série ‘Pose’ quanto na vida real, é notável.
Jedet
Jedet é uma referência para a geração ‘millennial’. Com as suas entrevistas e através da sua fala e forma de contar a sua história, ela tem ajudado muitas mulheres transexuais.
Laverne Cox
Uma das actrizes mais respeitadas e pioneira em colocar várias questões sobre a comunidade transexual na mesa.
Daniela Santiago
“Quero mostrar aos meus fãs que podem fazer aquelas coisas que para nós, pessoas transexuais, pensávamos ser proibidas”, disse recentemente em entrevista à Cosmopolitan.
Valentina Sampaio
Enquanto o mundo da moda começava a abraçar a diversidade e implementar práticas inclusivas, a Victoria’s Secret continuou apegada a um casting pouco variado. A marca de lingeries enfrentou uma série de críticas e até um período de falência, por nadar contra a corrente. Depois de cancelar o Victoria’s Secret Fashion Show em 2019, decidiu atender a um pedido antigo do público e contratou uma modelo transexual para trabalhar na marca. A escolhida foi a brasileira Valentina Sampaio, de 22 anos.
Imagens: divulgação . . 10 celebridades transexuais que fizeram história
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