10 curiosidades LGBT + não conhecidas da indústria da moda
OPINIÃO – Para aqueles (as) que desconhecem o significado da palavra, a Comunidade LGBT é um grupo de pessoas e apoiantes LGBT, organizações e subculturas, unidos por uma cultura comum e movimentos de direitos civis. Estas comunidades geralmente celebram o orgulho, a diversidade, a individualidade e a sexualidade
Se algo há com a indústria da moda, são rumores, “fofocas” e escândalos. E ainda mais quando falamos de curiosidades sobre a comunidade LGBT+.
A verdade é que também, por vezes, nos lançamos um pouco no drama; quem me negar sabe que está a mentir, porque, tanto quanto vi entre conhecidos, amigos e títulos de tablóides, nenhum de nós pode atirar a primeira pedra. Agora sim, se misturarmos as sobrancelhas que levantamos com a indústria que tanto gostamos, a da moda, então podemos imaginar.
Essa indústria multimilionária é uma grande obsessão em todo o mundo. Entre materiais e cortes, tendências e épocas, designers, fotógrafos e modelos LGBT +, é quase como cocaína. Mas chega, vamos direto às 10 curiosidades LGBT + não conhecidas da indústria da moda:
O design andrógeno de Yves Saint Laurent
YSL pode ser Bieber mimado, mas teve muito por que passar antes de o alcançar, incluindo ideias inovadoras e até mesmo escandalosas. Depois de ser demitido como chefe da Dior, tendo servido no exército francês na guerra contra a Argélia, e tendo ficado no hospital por danos psicológicos (onde soube da sua demissão da casa de Christian); com o dinheiro que recebeu depois disso, fundou a sua empresa junto com o seu companheiro, Pierre Bergé. O dado que lhe vos trago é que este designer incorporou o smoking e fatos sociais na mulher. Foi ele o primeiro a trazer calças para a alta costura feminina em 1966, um look adorado por Liza Minnelli (anteriormente Chanel tinha-os como peças casuais, e no trabalho eram usados por necessidade, mas YSL levou-os para a alta costura). De fato, no início alguns restaurantes recusaram-se a ceder mesas a mulheres que o usassem por ser considerado inapropriado, e ainda processou Ralph Lauren por plagiar o design, e venceu.
A primeiro modelo da Vogue
A lendária revista de moda, uma instituição, até uma Bíblia para alguns, teve um começo muito peculiar. O primeiro modelo fotografado para a capa, Toto Koopman, com ancestrais na Indonésia e na Holanda, não era apenas bissexual, foi também espião durante a Segunda Guerra Mundial. Mais tarde foi capturado pelos nazistas, mas não sem antes de ter aparecido na capa, em Setembro de 1933.
O legado Versace 10 curiosidades LGBT + não conhecidas da indústria da moda
Gianni Versace, que vestiu princesas como Diana de Gales e Carolina de Mónaco, foi morto em frente à sua casa, deixando uma empresa mundial de milhões de dólares à deriva. Como podem imaginar, os irmãos de Gianni, Donatella e Santo, lutaram pelo controle da empresa, causando muitos problemas para a equipa. Mas o fundador assegurou-se de resolver o problema deixando à filha de Donatella, Allegra, 50% da empresa, que herdou ao completar 18 anos. Mesmo Antonio D’Amico, o companheiro de Gianni durante 15 anos, estava atolado na discórdia, uma vez que se supõe deveria receber uma pensão de 26 mil dólares por ano até à sua morte, e ainda viver numa das casas do estilista, mas claro a família meteu-se e Antonio só tem recebido algumas migalhas.
A carteira de Marc Jacobs
A carteira de mão de crocodilo do famoso estilista gay Marc Jacobs, de forro intenso, couro e com o nome Carolyn, é a décima mais cara do mundo, com um valor de 38.000 mil dólares (cerca de 35 mil euros). Foi desenhada para uma mulher profissional, com vários bolsos internos e separações para diferentes usos. As três carteiras mais caras do mundo têm a etiqueta Chanel, Hermès e Mouawad, a última com um valor de 3,8 milhões de dólares (cerca de 3,5 milhões de euros).
Os sapatos de Kors
O juiz de Project Runway e embaixador da campanha It Gets Better, na verdade nasceu com o nome de Karl Anderson Jr., e mudou-o quando a sua mãe lhe deu a opção de escolher outro nome ao casar-se com Bill Kors, aos 5 anos de idade. Mas essa não é a “fofoca” que vos trago sobre esse estilista gay. O fato real é que comprou o império malaio do calçado Jimmy Choo, sim, o consentimento de Carrie Bradshaw, para crescer a sua fortuna em 2017, um ano em que, no entanto, dificilmente fechou 125 de 827 lojas em todo o mundo.
A complicada relação de D&G
Domenico Dolce e Stefano Gabbana conheceram-se num bar em Milão, e foi o começo de um ótimo relacionamento profissional e romântico…durante um tempo. Apesar do fato de que hoje a marca é uma das mais prestigiadas do mundo, e que a relação profissional entre os fundadores ainda é brilhante, a equipa não é tão brilhante. O seu romance foi onírico e tinham um relacionamento aberto até 2005, quando se separaram (embora ainda morassem no mesmo prédio, mas em apartamentos diferentes, obviamente). Definitivamente são aplaudidos por terem sido capazes de dividir o trabalho do coração, especialmente quando se tratam de génios que juntos continuam a criar verdadeiras obras de arte.
O filme gay de Louboutin
Antes de se tornar a divindade dos stilettos de sola vermelha que hoje é para mulheres como a princesa Carolina de Mónaco, e com uma empresa que vale mais de 80 milhões de euros, o designer gay Christian Louboutin apareceu no filme de culto “O século homosexual”, durante a sua fase punk em 1979. Também apareceu noutros filmes, e embora, em teoria, não tem nada a ver com o seu talento como designer, é claro que lhe abriu muitas portas da indústria da moda, graças à sua vida noturna ativa, na qual conheceu alguns contatos valiosos.
A fotógrafa Annie Leibovitz
É claro que os homens não monopolizam este setor. Quiiçá saibam que a monumental fotógrafa de moda Annie Leibovitz é lésbica, mas o que provavelmente não sabem é que qualquer um pode fazer parte de uma das suas aulas on-line por 75 euros. Esta é uma série de vídeos onde ela compartilha as suas técnicas de luz, estuda a localização, conceitos e retratos; Também fala sobre as suas experiências, por exemplo, na Vogue.
O espetáculo e Tom Ford
Depois de forjar as bases para a sua carreira no Perry Ellis, Gucci e YSL, o sexy designer gay Tom Ford construiu o que é hoje um rótulo de valor superior a 170 milhões de euros, e que usam Beyoncé, Jennifer Garner, Jennifer Lopez, Anne Hathaway, Tom Hanks, Johnny Depp, Ryan Gosling, Will Smith, Gwyneth Paltrow, Julianne Moore e Hugh Jackman. Mas o seu relacionamento com o show business vai além do tapete vermelho.
No cinema, para além de ter dirigido várias películas, foi o escolhido para vestir James Bond nos últimos filmes. Na música, Jay Z intitulou uma música com o seu nome. Na mesma categoria, a Ford projetou mais de 600 peças para a tourné mundial Justin Timberlake Suit and Tie. Na televisão, projetou um par de sapatos, cobertos depois de diamantes, no valor de 2 milhões de dólares (cerca de 1.8 milhões de euros) para Nick Cannon, quem os usou na final da sétima temporada de America’s Got Talent.
Jean Paul Gaultier contra estereótipos
Jean Paul Gaultier é outro designer gay que não escuta os padrões sociais. Gaultier chegou longe graças à sua personalidade ousada nas passarelas. Por exemplo, em 1983 criou a sua primeira saia para homens, inspirado nos kilts escoceses, saias samurais e até mesmo longos aventais de garçons parisienses (na verdade, David Beckham, uma vez vestiu uma para sair e divertir-se com Posh Spice). Além disso, tendo sido o designer do filme The Fifth Element, ousadamente vestiu o personagem de Chris Tucker, o ultra-feminino Ruby Rhod. Mas além do género, Gaultier brinca com a idade, já que foi pioneiro no uso de modelos com cabelos brancos nas suas passarelas em 2011.
Ficaram curiosos? Não duvido que nos seus trabalhos também hajam curiosidades, mas duvido muito que as mesmas cheguem à industria da moda e à nossa comunidade, que transborda talento nas passarelas, capas de revistas e milionários negócios.
Qual é o vosso designer favorito? E já agora, conhecem alguma outra “fofoca”?
João Macedo