OPINIÃO – Embora possa parecer mentira no ano 20 do século XXI, ainda existem pessoas que não se consideram feministas. Feminismo é simplesmente acreditar na igualdade entre homens e mulheres. Pessoas que não se consideram feministas são neandertais, porque não defender a igualdade de género hoje é viver noutro mundo e noutro século.
Certamente muitas das pessoas que dizem não se considerar feministas o manifestam por pura ignorância. Basta ir ao dicionário e ler a definição de feminismo para perceber que qualquer pessoa, independentemente da sua idade ou condição, tem de ser feminista por razões óbvias. Hoje, ninguém em sã consciência poderia defender a desigualdade entre homens e mulheres, a menos que sejam machistas ou ignorantes da vida.
Possivelmente, há pessoas que não se identificam com o feminismo por causa de activistas que o usam indevidamente.
É normal que haja pessoas assustadas diante de certas manifestações radicais e maximalistas e que, em vez de adicionar seguidores, o que elas fazem é criar inimigos. As feministas não são apenas as mulheres que afirmam exercer esse movimento social e político, mas todas as pessoas de ambos os sexos que concordam que nenhuma delas deve prevalecer sobre a outra.
O feminismo deve simplesmente ser humanismo e bom senso. Porque é o raciocínio humano e o senso comum que todas as pessoas são iguais, independentemente do sexo que praticamos.
No próximo domingo, é o Dia Internacional da Mulher, que, a qualquer momento, começou a ser comemorado porque havia uma clara superioridade social que fazia com que os homens se impusessem às mulheres pela força e pelos costumes.
Embora o movimento feminista seja formado principalmente por mulheres, o feminismo também é coisa de homem. É lógico que eles se sintam mais envolvidos porque são os que sofrem de desigualdade e é por isso que o rosto do feminismo é feminino.
Talvez outra razão pela qual os homens se afastem do feminismo seja simplesmente por causa da palavra. O feminismo não soa como um movimento de igualdade, mas o activismo feminino.
É verdade que nos últimos anos houve uma segunda revolução feminina que reivindica razoavelmente os seus direitos à igualdade, mas infelizmente ainda estamos longe de se materializar socialmente, apesar de muito progresso ter sido feito nas leis.
Este 8 de Março é o Dia da Mulher, mas, na realidade, deve ser o dia do ser humano e das pessoas normais, comuns que aplaudem a igualdade como condição básica para viver em paz e justiça.
Feliz dia da mulher e dos homens também.
Jorge Salgado