Artigo de opinião| Elisa Santos
Numa época em que o amor paira no ar e as hormonas estão a borbulhar, esquece-se, inúmeras vezes, da violência que certos relacionamentos acarretam. A falta de informação e a contínua insistência no impossível, leva muitos casais a sofrerem de violência doméstica. Esta prática, cada vez mais recorrente, tem atingido também as faixas etárias mais novas e as agressões no namoro são já puníveis por lei.
O Dia de São Valentim, ou Dia dos Namorados, traz à baila o amor, e por isso mesmo, muitas são as associações que aproveitam para lembrar o ladro negro de muitas relações amorosas, primordialmente entre os mais novos. E como é de pequenino que se educa, acredita-se que a prevenção nos mais novos, os fará adultos mais responsáveis e preparados para dizer “basta”, na altura certa.
Independentemente de qual a versão verdadeira, a sua morte não foi nada romântica: Valentim foi decapitado a 14 de fevereiro.
Desde 2013, ano em que a violência no namoro passou a ser punível por lei, os números continuam a aumentar exponencialmente. A Guarda Nacional Republicana (GNR) registou no ano passado 1.592 crimes de violência no namoro, mais 95 do que em 2023, e realizou cerca de 250 ações de sensibilização em todo o território nacional.
Os dados provisórios da guarda, divulgados hoje para assinalar o Dia dos Namorados e para promover a campanha ‘Estamos cá para te ajudar’, indicam que durante o ano de 2024 foram registados 1.592 crimes e em 2023 tinham sido 1.497.
A PSP decidiu abraçar esta causa e volta, hoje, às escolas de Lisboa para promover a campanha “Estamos cá para te ajudar”. E nada melhor do que o Dia dos Namorados, estou certa?
As origens sangrentas do Dia dos Namorados
Acredita-se que o Dia dos Namorados teve origem no antigo festival romano de Lupercalia, uma celebração de fertilidade realizada no dia 15 de fevereiro. Os sacerdotes sacrificavam cabras e cães, espalhando o sangue nos homens jovens, que depois usavam tiras da pele dos animais sacrificados para chicotear as mulheres. Acreditava-se que este ato aumentava a fertilidade.
Os dados provisórios da guarda, indicam que durante o ano de 2024 foram registados 1.592 crimes e em 2023 tinham sido 1.497.
À medida que o Cristianismo se espalhava, o festival foi renomeado em homenagem a São Valentim, embora a identidade exata de São Valentim permaneça debatida. Uma lenda sugere que Valentim era um padre que realizava secretamente casamentos para soldados proibidos de casar pelo Imperador Cláudio II. Outra versão afirma que foi executado por ajudar cristãos perseguidos. Independentemente de qual a versão verdadeira, a sua morte não foi nada romântica: Valentim foi decapitado a 14 de fevereiro.