A aposta do grupo de origem galega Adolfo Dominguez na sustentabilidade foi em parte suportada pelo aumento da produção alocada à indústria têxtil portuguesa, “que no ano de 2021/22 foi multiplicada por quatro”, revelou a CEO do grupo, Adriana Dominguez, em conferência esta manhã realizada na Associação Empresarial de Portugal (AEP).
Foi na indústria portuguesa que a Adolfo Dominguez encontrou – para além da proximidade com a sede galega do grupo e com os seus centros de distribuição – uma viragem estratégica para a sustentabilidade, que respaldou a aposta da empresa galega nos materiais de menor impacto na natureza. “Portugal é um partner da sustentabilidade” da Adolfo Dominguez, afirmou a administradora do grupo desde 2018.
Numa conferência que serviu para dar a conhecer o sistema de sustentabilidade do grupo – que começou em 2010 com o fim do uso de matéria-prima de origem animal – Adriana Dominguez (na foto ladeada por Mário Jorge Machado, presidente da ATP, e por Maria do Céu Filipe, responsável da EEN) explicou que o sistema tem de ser uma opção clara mas também, por outro lado, precisa de ser suportado por uma racionalidade de negócio que não coloque em causa a própria sobrevivência da operação.
Nesse sentido, disse, “a sustentabilidade tem de ser suportada pelos clientes”, sendo certo que a função da empresa é tornar evidente que essa é, por um lado, a opção certa em termos do planeta e do uso do seus recursos, mas também, por outro, uma escolha que faz sentido para o consumidor.
Prova disso, reside no ‘slogan’ da Adolfo Dominguez ‘Repete mais, necessita menos’. Um ´slogan´ fácil de mensurar: a divisão do número de vezes que uma peça de vestuário é usada pelo preço que custou inicialmente tem de resultar num quociente o mais baixo possível. Nesse quadro, explicou Adriana Dominguez, “um dos aspetos da sustentabilidade da empresa reside na intemporalidade das suas coleções” – que não ficam reféns do ‘fast fashion’ mas, ao contrário, assumem um prazo de vida muito dilatado.
Numa assistência repleta de empresários, investigadores e designers, a presença da empresária espanhola na AEP resultou de uma iniciativa conjunta com a EEN, Enterprises Europe Network (criada em 2007), que agrega organizações de 65 países e tem por função agilizar uma rede de troca de conhecimentos nas áreas do design, engenharia, economia e gestão – ao mesmo tempo que promove as parcerias entre os seus associados, de que a AEP faz parte desde 2015.