Falta de recursos humanos, o aumento dos custos de contexto, a sustentabilidade como um must have do sector e ainda a digitalização foram os temas que dominaram a última talk do MODTISSIMO. “Industry Hints” contou com a moderação de António Braz Costa (CITEVE) e os contributos de Alexandra Araújo (LMA), Susana Serrano (Grupo Impetus), João Almeida (Têxteis JF Almeida) e Mico Mineiro (TWINTEX).
É do consenso do painel que “a indústria têxtil nacional está na moda e que, nas palavras de Alexandra Araújo, “nunca o país foi tão procurado por clientes de todo o mundo que querem produzir cá”, mas são também muitos os desafios que a ITV enfrenta. O maior de todos é a falta de recursos humanos, com João Almeida a considerar que “a nova geração portuguesa acha que a indústria é um monstro”.
Na mesma linha de pensamento, Alexandra Araújo considera a importação de recursos humanos “um mal menor” enquanto a TWINTEX partilha que há 12 anos criou uma academia que forma recursos das mais diferentes nacionalidades. “Neste momento temos pessoas de 12 nacionalidades a trabalhar connosco e estamos muito satisfeitos”, assume Mico Mineiro.
A falta de recursos humanos levou a conversa até à digitalização dos processos, em concreto à indústria 4.0, com Susana Serrano a considerar que esta existe “para otimizar e facilitar os processos, mas nunca para substituir pessoas”, deixando ainda um apelo para que a escola se reformule e se adapte às novas gerações e à realidade das empresas.
A sustentabilidade foi também alvo de análise por parte do quadrante que a considerou uma necessidade, com uma nota particular para a urgência de comunicar melhor a nível internacional e nacional as atuais boas práticas do sector. “A sustentabilidade pode ser rentável, mas é sempre um investimento”, advertiu Mico Mineiro.
Por último os empresários deixaram ainda alguns apelos, nomeadamente ao nível da redução dos custos de contexto, com especial enfoque para as faturas de gás e eletricidade, bem como da importância de rever a carga fiscal das empresas e dos colaboradores, lembrando João Almeida que no início do ano teve “colabores chateados porque aumentamos o salário médio mas, com os impostos, ficavam a ganhar exatamente o mesmo”.
Os quatro empresários congratularam-se ainda pelo aumento do número de parcerias no sector nos últimos anos, lembrando que “há espaço para todos” e que essa colaboração beneficia as empresas, os centros tecnológicos, as faculdades e, em última instância, o país.