É uma espécie de trio maravilha que faz com que a JOF role sobre esferas, mas que tem tanto de eficácia como de improvável.
José, o pai fundador, vem da área do calçado, enquanto os filhos, Rui Pedro e Susana, deixaram as carreiras de veterinário e de enfermeira para fazerem crescer a empresa. As voltas que o mundo dá!
O objectivo era criar condições para dar resposta ao sucessivo crescendo de encomendas. Tanto, que há uma década atrás os inspectores da Finanças se instalaram na JOF para ver se percebiam como de repente a empresa passou de facturar 80 mil euros por ano a registar os mesmos 80 mil euros a cada mês.
E se a resposta óbvia é a qualidade, resposta rápida e capacidade de produção, isso não basta já que o crescimento tem disso continuo e o ano de 2021 que acaba de fechar trouxe de novo o melhor resultado de sempre, acima dos dois milhões de euros, e as encomendas não param de crescer. Há, portanto, um truque.
“É como se tivéssemos entrado no campo do inimigo. Fabricamos para países como Turquia e Egito, que seriam à partida os nossos grandes concorrentes. São os nossos grandes clientes que ao colocarem lá as encomendas nos indicam como fornecedores das etiquetas e, como esses confeccionadores têm acesso a todos os documentos, vêm que temos preços competitivos, com qualidade e rapidez de entrega que eles nunca conseguiriam. O resultado é que essas fábricas acabam depois a pedir-nos as etiquetas para as suas produções e dos seus outros clientes”, explica o patriarca, José Oliveira Freitas.
E se o risco seria que passassem a imitar o produto da JOF, Rui Pedro explica que há outro truque, este sim, o verdadeiro trunfo. “Temos máquinas específicas para produtos específicos e somos nós próprios que desenvolvemos as ferramentas para a execução de cada encomenda. Um processo completamente digitalizado que nos permite mandar amostras [físicas] para qualquer parte do mundo em menos de 15 horas”, explica, acrescentando que é imediata à confirmação da encomendas e que chegam a fazer mais de 150 mil etiquetas por dia. “E podemos fazer milhões, se necessário”, atira o pai.
Originariamente dedicada às típicas etiquetas em pele genuína para as calças de ganga – o denim continua a ser o destino de mais de 90% da produção -, o fabrico passa agora também pelas peles sintéticas, papel reciclado, cortiça, peles recicladas e ou de origem vegetal a partir do milho, cascas de maçãs, ananás ou coco. “Também fazemos etiquetas em branco, que são tingidas com a peça, e em Tracon, uma matéria celulósica com látex é tingida a 90 graus e é resistente às lavagens”, explica Rui Pedro mostrando que para além das gangas os clientes são agora muito diversificados.
A par de outro tipo de tecidos, são usadas também nos têxteis-lar, camisas, gorros, peças de merchandising e até em mobiliário. Outra área em crescimento, que começaram a desenvolver com a Inditex, são as etiquetas personalizadas, sobretudo destinadas às vendas online.
JOF – JOSÉ OLIVEIRA FREITAS, UNIPESSOAL, LDª
RUA DR. ALFREDO PIMENTA, 37
4800-012 ALDÃO, GUIMARÃES
O que faz Etiquetas exteriores em pele e outras soluções de visibilidade para a indústria da moda Exportação Acima de 90% da produção Principais clientes Inditex, El Corte Inglès, Cortefiel, Tiffosi, Lion of Porches, Sacoor e Mike Davis Trabalhadores 30 Volume de Negócios Á volta dos 2 milhões de euros (2021) Produção Acima das 100 mil peças por dia, em média