Redação | Joana Rodrigues
Da saúde mental, ao conceito de fronteira, não esquecendo o conforto e a preservação da identidade, houve espaço para tudo isto no segundo dia de desfile do Portugal Fashion.
Marcelo Almiscarado e as irmãs Maria Carlos e Inês Manuel Baptista apresentaram a sua coleção conjunta, onde o cavalo foi a grande inspiração.
Em seguida, o palco da plataforma Bloom recebeu a coleção baseada no conforto e longevidade das peças, da jovem designer Carolina Sobral. Com uma mistura de materiais inesperada, as malhas foram a grande estrela dos seus coordenados. A pensar no dia a dia da mulher real, Carolina apostou em peças longas e oversized, com diferentes texturas e volumes.
O preto e o azul foram as cores de eleição, em peças feitas a partir de materiais sustentáveis e reciclados.
Já no palco principal do Portugal Fashion, a estreante Catarina Pinto deu a conhecer a sua marca Nopin, que junta a moda de autor com o lado mais comercial.
As obras da pintora surrealista Helene Meyer foram o ponto de partida para esta coleção onde macacões, vestidos e blazers com transparências e acolchoados foram produzidos com materiais sustentáveis como as sedas naturais, o linho e o poliéster feito com restos de tecidos e garrafas de plástico.
Na sua mais recente coleção, João Pedro Estelita Mendonça trabalhou a partir de conceitos como nação e fronteira, “não apenas territorial, mas também pessoal” o que também passa pelas nossas roupas.
O criador português combinou materiais como caxemira, lã e fazenda, com nylons e poliésteres, numa coleção marcadamente urbana e desportiva ao mesmo tempo.
Das golas trabalhadas, às sobreposições, passando pelos estampados gráficos, nada foi deixado ao acaso, num desfile marcado pela evolução de cor, do preto aos diferentes tons de azul, havendo espaço para o laranja.
Ainda no segundo dia do grande desfile de moda, Katty Xiomara surpreendeu ao apresentar “Lokura”, uma coleção sem estação.
No começo do desfile, uma luz negra incidiu sobre a passerelle e permitiu ver alguns detalhes das peças que de outra forma não seriam tão evidentes. Numa alusão ao conceito de “loucura”, as manequins desfilaram, de forma original, numa espécie de jogo de cadeiras.
Mangas em balão, golas trabalhadas e franjas dão vida e movimento aos vestidos compridos da criadora Katty Xiomara que escolheu o branco como “elemento comum a quase toda a coleção e transmite essa ideia de loucura e uma mente difícil de decifrar”.
Para terminar a noite, David Catalán apresentou a sua coleção inspirada em uniformes escolares britânicos das décadas de 60 e 70, no palco principal do Portugal Fashion.
Depois de sua participação na semana de moda masculina de Milão, David quis trazer uma coleção que refletisse a versatilidade e o conforto típicos do dress code inglês.