Redação | Joana Rodrigues
O último dia de desfile ficou marcado pela aposta na cor de Hugo Costa, enquanto Alexandra Moura apresentou a ideia de casa. Com um símbolo da paz, Luís Onofre trouxe à passerelle um rasto de esperança e a dupla Alves/Gonçalves uma nova visão do corpo da mulher.
Para celebrar 15 anos de carreira, Diogo Miranda inspirou-se nas divas dos anos 70 e abriu o último dia de desfiles do Portugal Fashion.
Já ao início da tarde, Hugo Costa apresentou o seu mais recente trabalho inspirado no filme “Tenet”, numa retrospetiva acerca do percurso da marca e do que ela poderá vir a ser no futuro. Assim, para tornar o seu trabalho cada vez mais sólido e visível, Hugo apostou no azul, no vermelho e néon para dar cor às suas criações.
O criador apresentou peças oversized sobrepostas, como calças, camisas e sobretudos que pelos seus detalhes parecem feitas do avesso. Os tecidos tecnológicos ou de dupla face foram os escolhidos para esta coleção.
O conceito de casa foi o próximo a subir ao palco pelas mãos de Alexandra Moura que apostou numa combinação entre os estilos clássico, urbano e retro, numa coleção pensada para nos sentirmos bem e confortáveis.
Dos estampados que fazem lembrar os sofás e edredons, às lãs com borboto que se assemelham a cobertores antigos, houve espaço para reviver memórias do passado em peças que trazem a ideia de conforto para a rua.
Ainda no último dia do evento, Luís Onofre apresentou os seus modelos de calçado para a temporada outono/inverno 2022. Com uma coleção “muito virada para uma tendência tropa e militar”, o criador português decidiu alterar as suas escolhas devido à guerra na Ucrânia.
As botas de cano alto acima do joelho, o modelo texana e os stilettos foram a sua aposta para a próxima estação fria, num degradé de castanhos contrastados com cores vivas e quentes como o azulão, o verde pistacho e o laranja.
O que não passou despercebido foi o último modelo que encerrou o desfile. Luís Onofre escolheu uma manequim ucraniana para desfilar numas sandálias brancas com uma pomba, deixando assim um rasto de esperança num futuro melhor.
A dupla Manuel Alves e Manuel Gonçalves foi a responsável por encerrar os desfiles da edição 50 do Portugal Fashion, com uma nova visão do corpo feminino.
O oversized, os volumes exagerados e as referências às novas tecnologias foram os grandes destaques em peças com plissados, estampados geométricos e golas de pelo. Com as silhuetas evidenciadas pelo verniz brilhante, a mulher foi apresentada numa forma mais intimista.
Numa clara aposta no vestuário sem género, a dupla de criadores colocou em palco, pela primeira vez, manequins masculinos a vestir roupa feminina, numa coleção onde “não há o glamour nem o lado sexy, a mulher não mostra nada, mas mostra tudo”.