Uma onda de prazer. Quente. Sensação de levitação e até perda de consciência durante alguns segundos. Cócegas ardentes, intensas e únicas. Descrever o que os franceses chamam de petite mort não é fácil.
Cada orgasmo é tão diferente quanto cada mulher, e é a tal ponto que os terapeutas sexuais se referem à impressão digital orgástica de cada mulher, tão única quanto a sua impressão digital.
Embora as últimas décadas tenham desvendado os mistérios do orgasmo feminino, ainda existem falsas crenças que os especialistas e vários sexólogos nos ajudaram a desmontar. Sete crenças que até hoje, nos dias dos vibradores ainda estão presentes.
Desmontamos sete mitos sobre o orgasmo feminino ainda presentes

As mulheres precisam de relações sexuais para atingir o orgasmo. FALSO
Para entender que estamos diante de um mito, daremos uma informação: o clitóris, localizado fora da vagina na região superior da vulva, possui 8.500 terminações nervosas. É verdade que na vagina existe o chamado ponto G, uma extensão do clitóris que pode ser estimulada e produzir orgasmos, mas a penetração não é de forma alguma essencial para atingir o orgasmo. Na verdade, a vagina quase não tem terminações nervosas (por isso podemos usar absorventes internos ou o copo menstrual sem perceber).
Esta crença nasceu com Freud, que separou as mulheres em duas: as capazes de ter um orgasmo vaginal (o qual chamou de “maduras”) e as que só atingiam o orgasmo através do clitóris (“mulheres imaturas” nos seus estudos). Actualmente, ainda se acredita que existam mulheres vaginais e clitorianas e, segundo pesquisas, 55% das espanholas atingem o orgasmo mais facilmente por meio da estimulação clitoriana e apenas duas em cada dez mulheres pela estimulação vaginal.
Há mulheres que podem ser multiorgasticas e outras não. FALSO
Segundo especialistas, todas as mulheres podem ser nulti orgasmo assim que o permitem, e só depende de quanto se conhece e de como se estimula (ou é estimulada).
Os sexólogos da Masters & Johnson explicaram que a resposta sexual passa por cinco fases: desejo, excitação, vibração, orgasmo e resolução (o chamado sistema DEMOR). Quando falamos de multi orgasmos, fazemo-lo de algo inato à resposta sexual das mulheres. Após um orgasmo, a mulher é capaz de se excitar novamente, atingir a fase de êxtase e ter outro orgasmo sem ter que passar algum tempo como acontece com os homens.
Quanto mais idosa, mais difícil é chegar ao orgasmo. FALSO
Não há estudo confiável que mostre que exista uma idade após a qual os orgasmos desaparecem. A sexualidade feminina não tem prazo de validade e, apesar de chegar à menopausa, o sexo não precisa deixar de ser agradável.
Embora a vagina atrofie durante o climatério (o estágio em que a função reprodutiva da mulher cessa), ela lembra-se de algo: o clitóris não envelhece e ainda tem 8.500 terminações nervosas.
O orgasmo depende de um bom amante. FALSO
A masturbação e, mais especificamente, os succionadores do clitóris já estão encarregados de refutar esse mito sem que tenhamos que dizer muito mais. Especialistas afirmam que o orgasmo não é causado pela pessoa com quem interagem sexualmente, mas depende de si mesmas e do facto de se quererem permitir atingir o orgasmo.
Anorgasmia é sinônimo de algo que não funciona no corpo de uma mulher. FALSO
Embora possa haver causas fisiológicas, a anorgasmia não está relacionada exclusivamente a uma patologia física. Os sexólogos já nos explicaram que em grande parte a anorgasmia é causada por causas psicológicas que incluem problemas de autoestima, problemas de relacionamento ou mesmo a influência de factores sociais e culturais.
Este tipo de problemas tem solução se formos a um especialista. O nosso médico avaliará se é um problema físico ou psicológico e poderá recomendar o tratamento mais adequado.
O orgasmo por squirting é mais agradável. FALSO
O squirting é, segundo os sexólogos, a forte expulsão de uma quantidade de líquido (transparente e inodoro) pela uretra, fruto do prazer obtido durante o sexo. Isso não significa que seja mais agradável, mas apenas mais espetacular. Não há evidências de que o prazer de esguichar multiplica o orgasmo em intensidade.
Quanto mais orgasmos nos damos, menos desejo teremos por sexo. FALSO
Pensar que a masturbação terá consequências negativas nas nossas relações sexuais é um dos mitos mais difundidos. Há quem pense (principalmente os homens) que as suas relações serão melhores se não tiverem orgasmos durante um tempo, e de acordo com os especialistas é exatamente o contrário: quanto mais orgasmos temos enquanto nos masturbamos, mais desejo de sexo temos e acima de tudo, mais desejo.
Se não há orgasmo, o sexo não é bom. FALSO
Vivemos imersos num modelo de sexualidade em que o orgasmo é a meta, a única coisa que realmente importa, algo que, se não tivermos sucesso, prejudica o encontro sexual. O sexo pode ser ótimo sem chegar ao clímax de um orgasmo, porque antes disso há prazer e muito.
Podemos dizer que sexo bom é aquele em que tu te divertes, te divertes e te divertes, independentemente de chegares ao orgasmo ou não.
Imagens: divulgação . . Desmontamos sete mitos sobre o orgasmo feminino ainda presentes
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