Banhos de vapor vaginais: o que diz a ciência?
Os banhos de vapor vaginais são considerados um método de higiene íntima e estão na moda em salões de beleza e spas em todo o mundo. Também são conhecidos como “faciais vaginais” e, entre os mitos à sua volta, dizem ser da medicina maia antiga. Mas os ginecologistas não recomendam a sua prática.
Que tal passar um dia no spa, mimar o corpo e experimentar essências relaxantes que o ajudam a manter hidratado e limpo? No entanto, médicos e especialistas em saúde alertam que em muitos desses lugares também podes encontrar práticas não recomendadas, como banhos de vapor vaginais.
Mas os mitos são muitos e os riscos também. Alguns spas que oferecem esse serviço argumentam que é uma prática secular em países da Ásia e da África, que às vezes se chama “banho de yoni” e serve para desintoxicar a vagina. Por sua vez, outros serviços garantem que o vapor vaginal fazem parte da medicina maia antiga.
Como é feito um banho de vapor vaginal?
Neste tipo de banho, as mulheres sentam-se numa mistura de água quente e ervas terapêuticas, como manjericão, calêndula e rosa, entre outras. É muito semelhante ao vapor aplicado para um tratamento facial ou uma vaporização para limpar as vias aéreas.
Como os seus defensores descrevem, as propriedades medicinais das ervas que entram na vagina através do vapor fazem com que ela sinta uma profunda limpeza e cura nessa área do corpo.
O que diz a ciência?
Porém, existem ginecologistas que alertam que essa prática pode ser perigosa e afirmam que não há evidências científicas para apoiar as alegações que a promovem. Por exemplo, Vanessa Mackay, porta-voz do Colégio Real de Ginecologistas e Obstetras do Reino Unido, disse à BBC que é um mito que a vagina exija algum tipo de limpeza ou tratamento extensivo.
“A vagina contém boas bactérias que existem para a proteger”, disse a médica, que recomenda o uso de sabonetes sem perfume e apenas na área externa da vulva.
“Vaporizar a vagina pode afectar o equilíbrio saudável de bactérias e níveis de pH e causar irritação, infecções (como vaginose bacteriana ou candidíase) e inflamação. Também pode queimar a pele delicada ao redor da vagina (e da vulva)”, disse Mackay.
De facto, em Agosto, o caso de uma canadense de 62 anos que sofreu queimaduras de segundo grau ao tentar um banho de vapor vaginal ecoou no mundo. A senhora foi a esse tratamento para acalmar as consequências de um prolapso vaginal e evitar uma operação, mas o remédio foi pior que a doença.