Se achavas que já tinhas visto de tudo no mundo das tendências absurdas, prepara-te para conhecer a última moda que está a fazer furor nas redes sociais: o “calo solar”.
Para os sortudos que ainda não ouviram falar desta teoria absurda e perigosíssima, “calo solar” é a crença de que se te expuseres bastante ao sol e te queimares repetidamente, a tua pele desenvolverá uma espécie de “calo” que te irá proteger de futuras queimaduras. Resumindo, quanto mais te queimas, menos te queimarás depois. O que pode sair mal?
O “calo solar” é um mito perigoso
A ideia do “calo solar” é completamente falsa e extremamente perigosa. A ciência é clara: a exposição repetida e desprotegida aos raios UV do sol não fortalece a pele, mas danifica-a irreversivelmente. E ponto. Os efeitos incluem queimaduras solares, envelhecimento prematuro, manchas e, o mais alarmante, um risco significativamente aumentado de cancro da pele.
Dermatologistas de todo o mundo estão alarmados com esta tendência. De acordo com a Academia Americana de Dermatologia, uma única queimadura solar grave durante a infância ou adolescência duplica as chances de desenvolver melanoma, a forma mais mortal de cancro na pele, na vida adulta. Portanto, da próxima vez que alguém te disser que está “a trenar” a pele com queimaduras solares, poderás responder com um sonoro: “Por favor, NÃO!”
A importância de te protegeres do sol
Os raios ultravioleta (UV) do sol são os principais culpados dos danos à pele. Esses raios penetram na pele e podem causar danos a nível celular. E embora o nosso amigo sol seja essencial para a vida e para a produção de vitamina D, a exposição prolongada e desprotegida é uma passagem direta para o hospital dermatológico.
Para te protegeres adequadamente do sol, os especialistas recomendam:
- Use protetor solar: sim, isso deveria ser óbvio, mas alguns parecem precisar de lembretes constantes. Usa um protetor solar com FPS de pelo menos 30 e aplica generosamente a cada duas horas, principalmente depois de nadar ou suar.
- Roupas de proteção: chapéus de abas largas, óculos de sol com proteção UV e peças de mangas compridas podem fazer maravilhas para manter os raios malignos afastados.
- Procura a sombra: principalmente entre as 11 da manhã e 4 da tarde, quando os raios solares são mais intensos. E não, esconderes-te debaixo de um guarda-sol na praia enquanto estás a sufocar de biquíni não conta como “sombra eficaz”.
- Evita cabines de bronzeamento: são basicamente câmaras de tortura ultravioleta. Sem os usos. Ponto.
A irônica moda de se magoar
A coisa mais desconcertante sobre esta moda do “calo solar” é que vivemos numa era em que a informação está disponível para todos. A ignorância não é mais uma desculpa quando podes pesquisar qualquer coisa no Google. Então, porquê esta tendência? Talvez seja a eterna luta do ser humano contra a lógica ou simplesmente a vontade de se destacar nas redes sociais.
Porque, claro, que melhor maneira de ganhar likes do que compartilhares as tuas queimaduras dolorosas e perigosas com a hashtag #CaloSolar? Confiamos que com o tempo a hastag não mudará para #melanoma.
A proteção solar não é opcional; é uma necessidade absoluta. Então, por favor, protege a tua pele. Usa protetor solar, procura sombra e, pelo amor de tudo que é bom e sensato, não te queimes de propósito.
A pele é o maior órgão do corpo e merece todo o nosso cuidado e respeito. Ela lembra-se de cada mal que tu lhe fazes, por isso é melhor não te esqueceres dela.