O grau de atenção das mulheres parece estar ligado a uma boa produção da hormona feminina progesterona, segundo uma equipa de investigadores da Universidade de Salzburg.
Este interessante estudo mediu três vezes durante o ciclo menstrual natural os níveis de progesterona, e a atividade dos neurônios cerebrais relacionadas com as respostas físicas de 20 mulheres jovens.
O que descobriram é que quanto maior eram os níveis de progesterona, maior era a atenção, e mais curto o tempo de reacção, com um menor número de erros.
“As flutuações hormonais cíclicas induzem a flutuações cíclicas na cognição”, disse a equipa, destacando, segundo a Universidade de Salzburg, o facto de que “nas mulheres, a progesterona aumenta significativamente na segunda fase do ciclo menstrual “.
“As mulheres que geralmente têm um alto nível de progesterona, executam melhor os testes de atenção e reação, comparadas com as mulheres com níveis geralmente baixos de progesterona”, concluiu o estudo.
Paralelamente, os investigadores foram capazes de mostrar que a progesterona modula a atividade elétrica do córtex cerebral. A este respeito, verificou-se que a hormona sexual progesterona aumenta a atividade inibidora das redes inibidoras das oscilações alfa.
A falta de atenção nas mulheres… Deve-se às hormonas?
As oscilações da atividade elétrica normalmente registam-se num eletroencefalograma (EEG), que mede o fluxo da corrente extra-celular gerada a partir da soma dos sinais da atividade neuronal.
De acordo com a gama de frequências dos sinais, estão divididas nas do tipo delta, que se registam com impulsos de 0,5 a 4 Hz, e são equivalentes ao período de sono profundo; os sinais teheta, de 4 a 7 Hz, que se referem ao sono; as oscilações alfa, de 8 a 13 Hz, que correspondem a um despertar relaxado; e finalmente o beta de 13 a 30 Hz, sobre a atividade mental intensa, de acordo com o manual de psicologia.

“Com o EEG, os cientistas viram que as mulheres com elevados níveis de progesterona têm fortes mudanças potenciais no cérebro. Essas mulheres têm maior amplitude no Alfa e maior vibração no ERP. Este último sinal corresponde ao sinal de um eletroencefalograma, o potencial de eventos relacionados, isto é, um registo de pequenas mudanças potenciais imediatamente após a apresentação de um estímulo.
A hormona progesterona é um dos principais esteroides representantes das hormonas femininas depois da ovulação. Nas mulheres, os ovários são os maiores produtores. Durante a gravidez, ocorre em quantidades muito maiores na placenta, e também, em menor grau, a progesterona é produzida no córtex suprarrenal.
Durante a menopausa o nível de progesterona nas mulheres diminui.
Ainda segundo os investigadores, sobre a relação do nível das hormonas sexuais na atividade cerebral e atenção, não há referências anteriores.
No caso de alguém pensar que se poderia aplicar hormonas artificiais, perante algum deficit na velocidade de reacção ou algo semelhante, os cientistas do estudo não o recomendam.
O Dr. Kerschbaum esclareceu que nas pessoas com deficiência de progesterona, regista-se outro fenômeno, o qual significa uma falta de receptores. Esses receptores são responsáveis na união das hormonas para desempenhar um papel específico no corpo dessa pessoa.
Na ausência destes vários receptores, as hormonas artificiais não iriam cumprir a sua função, pelo que para o problema, provavelmente, se se quiser encontrar uma solução concreta, deve ser avaliada de uma forma integral.
Ainda assim, agora, existe uma medida importante que pode dar orientações a seguir. Sem dúvida, novos estudos serão anunciados em breve.
Aritgo originalmente publicado em 6 de Julho de 2015