A hidradenite supurativa é uma doença que também traz repercussões psicológicas para quem a sofre.
Muitas vezes falamos de acne, e até de acne em mulheres adultas, também de rosácea, da qual cada vez mais pessoas sofrem, e hoje vamo-nos concentrar numa doença de pele que afeta 1% da população. Estamos a falar de hidradenite supurativa, ou acne inversa.
Poderíamos muito bem dizer que esta doença de pele é uma doença “silenciosa” aos olhos dos outros, mas não para aqueles que a sofrem. Porque ao contrário de outras condições, esta manifesta-se em áreas impercetíveis, especialmente onde existem dobras, como as axilas, sob os seios, genitais ou nádegas. O que significa que são áreas que ficam escondidas da vista das pessoas, mas por mais estranho que pareça, há muitas pessoas que convivem com esta doença, que além de ser muito dolorosa, tem um impacto psicológico em quem a sofre.
O que é a acne inversa?
A hidradenite supurativa (HS), também conhecida como acne transformada ou acne inversa, é uma doença inflamatória crónica. Pequenos e dolorosos inchaços formam-se sob a pele, causando nódulos e fístulas em áreas como virilha ou axilas. Esses inchaços podem causar túneis sob a pele e cicatrizes, e alguns caroços ou feridas até rompem e exsudam pus, produzindo um mau odor. Eles curam lentamente, mas reaparecem novamente.

Em geral, esta doença geralmente começa após a puberdade e piora com o tempo. É claro que quem sofre de acne inversa não sofre apenas as consequências físicas desta doença, mas também sofre as consequências colaterais: depressão, ansiedade ou isolamento social, evitando expor essas áreas aos olhos de outras pessoas. Por isso, privam-se de usar certas peças de roupa, de ir a locais públicos como piscinas ou praias e, em muitos casos, isso até afeta seus relacionamentos.
Fatores de risco
Existem alguns fatores que são considerados fatores de risco para o desenvolvimento de hidradenite supurativa. Por exemplo, as mulheres são mais propensas que os homens, pessoas de pele negra, pessoas que fumam, devido ao histórico familiar, podendo ser hereditário, ou pessoas com excesso de peso.
A importância do diagnóstico precoce
Como qualquer outra doença, é importante colocar-se em mãos de especialistas para tratar o problema antes que ele piore e conseguir um diagnóstico preciso. Pois às vezes essa doença pode ser confundida com outras doenças de pele, como a furunculose, porque as primeiras lesões são muito semelhantes. Por isso, é importante se colocar nas mãos de um dermatologista que irá diagnosticar e preparar o melhor tratamento. Embora o médico de família também desempenhe um papel fundamental no diagnóstico precoce da doença.
Além disso, esta doença apresenta vários estágios. Classificada em três estágios segundo o sistema de estágio de Hurley, variando do estágio I ao III, sendo este último estágio o que apresenta os casos mais graves, com lesões maiores que exigirão tratamento mais complexo. E a doença pode até precisar ser abordada por diferentes especialistas em coordenação: dermatologistas, enfermeiros, cirurgiões ou a participação de psicólogos clínicos.
Qual é o tratamento?
Como já dissemos, é uma doença crónica, o que significa que não tem cura, mas os seus sintomas podem ser amenizados. Geralmente os tratamentos são antibióticos, corticoides, medicamentos imunossupressores (medicamentos que reduzem a atividade do sistema imunológico) e mesmo em casos mais graves será necessária cirurgia para retirada ou drenagem das áreas.
Recomenda-se também seguir algumas orientações gerais como o controle do peso, aspeto que se mostrou essencial, pois existe uma correlação direta do IMC (índice de massa corporal) com a gravidade da doença. Evitar fumar, não usar roupas apertadas e recomenda-se a depilação a laser para evitar que os pelos encravem.
Imagens: divulgação . . O que é a acne inversa e como se pode tratar
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