Dizemos-te tudo o que precisas saber sobre a segurança dos protetores solares minerais e químicos.
Existem dois tipos de protetores solares: minerais e químicos. O primeiro usa zinco ou dióxido de titânio para dispersar e desviar fisicamente os raios UV prejudiciais ao DNA que podem levar ao envelhecimento prematuro da pele e ao cancro. Os protetores solares minerais tendem a ser mais suaves e naturais, portanto, mais seguros para bebés e pessoas com pele sensível.
Os filtros solares químicos usam ingredientes como avobenzona, homosalato, octisalato, octocrileno ou oxibenzona para criar uma reação química na pele, transformando os nocivos raios UV em calor. Esses protetores solares químicos costumam ser mais fáceis e práticos de aplicar, pois são leves, de fácil absorção e não deixam manchas brancas. Ambos funcionam se usares a quantidade certa e te lembrares de reaplicar. Ambos podem salvar a tua vida.
Porque são os protetores solares químicos prejudiciais à saúde
A oxibenzona, também conhecida como benzofenona-3 (BP3), é o filtro UV químico mais notório usado em cerca de 60% das fórmulas de protetores solares. Isto ajuda a explicar o porquê de terem sido encontrados vestígios do produto químico em 97% da urina da população dos EUA. Há cinco anos, os dados que ligavam a oxibenzona às flutuações da testosterona em homens e mulheres na pós-menopausa eram considerados clinicamente insignificantes. Os autores de todos os estudos recentes concordam agora que o ingrediente é fortemente suspeito de ser um desregulador hormonal estrogénico e que atravessa a barreira placentária, conduzindo a baixo peso à nascença e a defeitos congénitos como a doença de Hirschsprung. Um estudo de 2016 encontrou uma ligação entre a exposição a filtros UV químicos e a infertilidade masculina. Em Maio de 2019, a FDA confirmou que a “absorção sistémica” da oxibenzona e de outros filtros químicos dos filtros solares excede o limite recomendado, o que é particularmente problemático para as crianças.
Além do mais, a oxibenzona e outros filtros químicos demonstraram ser alergénicos e irritantes para pessoas com doenças de pele como rosácea, uma vez que causam uma reação química baseada no calor na superfície da pele. A FDA propôs recentemente mudanças radicais nas regulamentações de proteção solar, incluindo a proibição de dois ingredientes antes comuns: ácido para-aminobenzóico (PABA) e salicilato de trolamina. A agência está atualmente a analisar dados de segurança de 12 ingredientes químicos de proteção solar, com resultados esperados ainda este ano.
Porque são os protetores solares químicos maus para o meio ambiente
O protetor solar não se evapora apenas no ar. Quando nadas no oceano ou tomas banho, filtros químicos de proteção solar chegam aos nossos cursos de água e ao abastecimento de água. Estudos identificaram filtros UV como oxibenzona, octocrileno, octinoxato e salicilato de etilhexila em quase todas as fontes de água ao redor do mundo e comentaram que esses filtros não são facilmente removidos por técnicas comuns de estações de tratamento de águas residuais.
Além disso, em laboratório, a oxibenzona foi implicada especificamente como um possível contribuinte para o branqueamento dos recifes de coral. É por causa do risco para os corais oceânicos que o Havai, Key West e as Ilhas Virgens dos EUA aprovaram leis que proíbem a venda de protetores solares contendo oxibenzona e octinoxato. Espera-se que mais estados e cidades sigam o exemplo.
Se está no oceano, também está nos nossos frutos do mar. Os ingredientes 4-metilbenzilideno cânfora, oxibenzona, octocrileno e octinoxato foram encontrados em pequenos níveis em organismos marinhos em todo o mundo, levantando preocupações sobre a bioacumulação em humanos, bem como a toxicidade para os próprios peixes. A oxibenzona também pode reagir com o cloro, produzindo subprodutos perigosos que se podem concentrar em piscinas e estações de tratamento de águas residuais, de acordo com um estudo publicado no Journal of Cosmetic Dermatology.
O que procurar num protetor solar diário
Se estás empenhada em adotar uma rotina de beleza mais limpa, opta por um protetor solar mineral contendo zinco ou dióxido de titânio com um valor de FPS de pelo menos 30. Aplica-o com cuidado, sem deixar a pele descoberta (cremes são melhores que sprays) e volta a aplicar a cada duas a três horas, ou depois de estares na água. Opta por fórmulas livres de repelentes de insetos ou derivados de vitamina A (palmitato de retinila, retinol, acetato de retinila, linoleato de retinila e ácido retinóico), que podem causar aumento da fotossensibilidade da pele e danos oxidativos.
A dura verdade: quanto mais natural for a fórmula do protetor solar, maior será a possibilidade da sua aplicação ser muito espessa, pegajosa e opaca. É o preço que pagas por uma opção mais segura e ecológica até que algo melhor apareça, já que não existe protetor solar químico natural. A tua única outra opção é ficar longe do sol. Procura a sombra, usa um chapéu grande ou cobre-te quando estiveres ao ar livre.