Por Maitê Karen – @maite_karenfurtado
Será que o sexo faz assim tanta diferença quando o que fala mais alto é a vocação?
A questão da igualdade de género sempre foi uma pauta difícil de discutir pois fatores como a idade e sexo condicionam as interações, perceções e expectativas sociais, assim como as condições salariais entre homens e mulheres.
Desde os primórdios que a mulher é colocada num patamar inferior em relação ao homem, primeiro para cumprir o seu “dever” como doméstica, ao cuidar da educação dos filhos e servir o marido, comumente designado como “cabeça de casal”, posteriormente por ocupar algum posto de trabalho “maioritariamente masculino”.
Contudo, ao contrário do que a maioria pensa, não é apenas o sexo feminino o único a ser alvo de discriminação quando o assunto, envolve determinadas profissões.
As desigualdades envolvem muito mais do que o ato de rebaixar, representam diferenças significativas de acesso e de distribuição de recursos que são valorizadas socialmente como o dinheiro, educação e poder.
A segregação de género nas profissões perpetua a conceção de determinados estereótipos ou de ideias pré-concebidas, indevidamente atribuídas durante o exercício da profissão de um determinado individuo.
No decorrer deste artigo, iremos apresentar quatro profissões consideradas demasiado “femininas” ou consideradas “demasiado masculinas” e que já foram bastante marginalizadas pela sociedade em relação a quem as pratica.
Ballet:
A presença masculina no ballet é primordial para o sucesso da encenação de uma peça, contudo os rapazes que nela participam ainda sofrem com uma elevada estigmatização sobre a profissão, o que se reflete na escassez de dançarinos masculinos.
Apesar da modalidade ser um símbolo do sexo feminino, o ballet clássico teve as suas raízes implementadas por homens até meados do século XVII, mas com o crescente desenvolvimento da dança, esta passou a exigir cada vez mais delicadeza de movimentos, característica associada exclusivamente à imagem da mulher.
Todavia, um dos aspetos a considerar é que independentemente da fragilidade que transparece, o ballet é uma atividade muito exigente a nível de força, equilíbrio e flexibilidade.
Designers de moda masculinos
Num mundo dominado maioritariamente por mulheres, os designers masculinos têm ganho cada vez mais espaço nesta realidade repleta de padrões e de determinadas preferências.
Numa indústria onde as mulheres assumem os mais elevados cargos de chefia, muitos estilistas masculinos inovam com as suas criações ao mesclarem entre o tradicional e o irreverente, ingredientes fundamentais para o sucesso de um profissional.
Um dos melhores exemplos da nova geração de designers sem que a eles venha um rótulo associado é o bem-sucedido estilista alemão Philipp Plein, que espelha perfeitamente a sua personalidade rebelde e indomável através das suas criações.
Futebol feminino
O futebol sempre foi taxado como o desporto de eleição, tanto para os adeptos como para os seus profissionais.
Durante muitos anos assistimos a uma luta de exclusividade direcionada apenas para o sexo masculino, a par de uma minoria que parece estar em constante desvantagem quando assunto “é bola”.
O futebol feminino nunca foi encarado de forma homogénea quanto aquele praticado por homens, isto porque há 40 anos atrás as mulheres eram terminantemente proibidas de jogar.
A desproporcionalidade dos apoios e de patrocínios entre um género e outro, é abismal. O que nos remete automaticamente para um preconceito exacerbado quando falamos de mulheres “a correrem atrás de um sonho.
Mulheres Piloto:
A aviação é uma área extremamente conhecida e dominada pelo sexo masculino, pois a maioria dos pilotos de avião são homens, o que até então precisava de ser mudado.
É necessário um esforço mútuo para que as mentalidades outrora condicionadas por determinados padrões, comecem a mudar gradualmente.
Felizmente as próprias companhias já reconhecem isso e estão a colocar cada vez mais mulheres a exercer essa função.
Imagens: divulgação Profissões sem género: quando a vocação fala mais alto . .
Artigo originalmente publicado em 13 de Abril de 2020
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