A terceira revolução em todo o sector da moda prende-se, segundo Daniel Agis, com a Inteligência Artificial que influencia a cadeia de valor inteira. O especialista em estratégias de marca e tendências no sector da moda irá aprofundar esta premissa como Macrotendência da ITV na próxima semana, dia 26 de novembro, no 26º Fórum da Indústria Têxtil.
“A IA está a mudar a estratégia de toda a fileira, do sector como um todo, que inclui não só a indústria, mas também chega à fase de relações com clientes e comercialização”, diz ao T Jornal.
A Inteligência Artificial é a megatendência uma vez que tem uma influência direta na evolução de todas as restantes, desde o I&D passando pela industrialização, marketing e distribuição, além de, obviamente, a sustentabilidade que não se pode dissociar da componente tecnológica. “A sustentabilidade depende cada vez mais do desenvolvimento tecnológico”.
Sem descortinar muito sobre a apresentação que fará, integrada no painel ‘Indústria da Moda: Riscos, Desafios e Oportunidades’, Daniel Agis elogia a evolução notória do sector e da iniciativa da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal.
“Tenho uma ligação com a indústria portuguesa de várias décadas, é com enorme satisfação que vejo a evolução das empresas e do Simpósio, que vejo a dimensão alcançada pelo cluster e pelo evento, resultado de um esforço claro da Associação”, sublinha.
Relativamente ao tema escolhido para esta edição, que se debruça sobre as marcas e a sua ligação à indústria, Daniel Agis chama à atenção para o potencial de Portugal para criar marcas próprias.
“Existe em Portugal já um Cluster, um sistema, que é muito poderoso. A criação de marcas fortes depende agora de ideias singulares, iniciativas fortes, do brilhantismo dos empresários e de adotarem uma visão estratégica universal”, traçou o caminho. Confiante que no futuro será mais acessível de chegar lá do que foi no passado.
“Dou o exemplo da Galiza. Ninguém diria na Galiza de há 50 anos que teríamos três ou quatro realidades importantes na moda, sendo uma delas o grupo Inditex. Não havia lá nenhuma razão que fizesse da região uma zona importante para o sector têxtil se desenvolver e sem a contribuição industrial do Norte de Portugal penso que esta realidade não teria existido” concluiu.
A Daniel Agis seguem-se intervenções de Christian Schindler, diretor-geral da ITMF, e Dirk Vantyghem, diretor-geral da EURATEX, com os temas ‘Perspetivas Económicas’ e ‘Novo paradigma regulamentar’, respetivamente.