Ao longo das últimas décadas, o mercado de luxo capitalizou o entusiasmo dos clientes aspiracionais, mas está agora a afastar-se deles e a reposicionar-se. Está a emergir uma nova classe média, nomeadamente na Ásia, pelas quais as marcas se devem interessar, dado o perfil muito variado e segmentado.
Estes são algumas conclusões obtidas pelo estudo da McKinsey apresentado pela Zalando e pela Camera Nazionale della Moda Italiana (CNMI) que se centrou em sete mercados-chave – EUA, China, Itália, França, Alemanha, Reino Unido e Suíça – e que indica que os compradores de luxo aspiracionais representam 18% do mercado total da moda, no valor de 273 mil milhões de euros, e 50% do valor do mercado das marcas de luxo.
Estes são aqueles que compram pelo menos um produto de luxo gastando em média entre 3000 e 10000 euros por ano e estão em crescimento constante na plataforma Zalando, por exemplo. No entanto, o estudo permitiu definir cinco tipo de consumidores.
Os Status Seekers, que representam 39% da clientela aspiracional, com menos de 35 anos e, que gastam em média 3.500 euros por ano neste segmento, atraídos sobretudo pelo logótipo, que lhes confere reconhecimento e um sentimento de pertença. A grande maioria é chinesa, com uma quota de 73%, contra 32% na Europa, nomeadamente na Suíça e no Reino Unido.
Em seguida, os Quality Seekers, que representam 26%, têm mais de 40 anos e estão ativos principalmente nos EUA e na Europa e limitam os seus gastos ao sector da moda, com uma média de 3.000 euros por ano, sendo que 85% deles privilegiam as marcas responsáveis e os produtos sustentáveis.
Os Socialite Spenders – os que melhore representam o consumidor aspiracional – representam uma quota de 24% e o maior gasto médio anual do grupo de clientes aspiracionais (cerca de 5.375 euros) e estão concentrados nos EUA e na Europa.
Por fim, os Timeless Chic – mais fiel às marcas e compra na loja – com uma quota de 6% e uma despesa média anual de 4.500 euros, e os Mindful Minimalists – mais de 40 anos, compra frequentemente online e interessa-se pela aparência funcional dos artigos de luxo – com uma quota de 4% e uma despesa média anual de 3.000 euros.
De acordo com o estudo, os ‘socialites’ e os que “procuram estatuto social” são os perfis mais promissores para as maisons, uma vez que são os mais suscetíveis de se tornarem consumidores de luxo de pleno direito. Mas as outras categorias também têm potencial para se aproximarem das casas, desde que não sejam abordadas com uma estratégia única e uniforme.