Uma das métricas que serve para avaliar da qualidade do MODTISSIMO – cuja edição 60+3 decorreu na passada semana na Exponor – é a quantidade e diversidade dos visitantes estrangeiros, que atestam o grau de internacionalização do certame. Desta vez, os 520 compradores internacionais – precisamente 10% do total de visitantes – vieram de 14 países diferentes, o que compara com os 12 da edição anterior.
Das diversas nacionalidades presentes, destaque para os compradores oriundos dos Países Baixos, Suíça, Espanha, Polónia, Reino Unido, Áustria, Irlanda, Alemanha e dos mais distantes Estados Unidos e Japão.
Este pormenor contribuiu de forma decisiva para a perceção generalizada de que há boas perspetivas de negócio para 2024. O presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, Mário Jorge Machado, deu voz, em declarações ao T Jornal, a essa evidência: “Estou convencido que o MODTISSIMO serviu para confirmar os bons indicadores conseguidos com as feiras Première Vision Paris e Milano Unica”.
Do lado das empresas, a mesma nota. Para a Latino que já não participava há vários anos, foi notória a evolução certame: “recebemos mais compradores internacionais”, disse Elias Vilela.
Quem também reforça a notoriedade crescente do certame é Ana Tavares da RDD Textiles – “hoje olhamos para o MODTISSIMO mais como uma feira e menos como um evento apenas”.
O reencontro daquele que é o maior cluster têxtil europeu foi apreciado pela A. Sampaio & Filhos – “valorizamos muito a feira, é muito importante para elevar o bom nome da indústria além-fronteiras”, disse Miguel Mendes.
Opinião igual tem a Idepa – “é um orgulho integrar esta feira”, comenta Nuno Almeida.
Na base do sucesso consecutivo do certame aponta-se a abrangência da oferta: “O cluster está reunido e pode aqui mostrar de A a Z tudo o que pode oferecer ao mercado global”, sustenta Paulo Melo, CEO da Somelos.
Assim, sob o tema InPerfect, as empresas puderam demonstrar o seu espírito de contínua procura da excelência e mostrar que as imperfeições podem ser vistas como oportunidades para crescer. Neste contexto, 2024 será um ano de muito investimento por parte das equipas comerciais e das equipas de inovação.
Foi para catapultar a oferta dos expositores e fazer crescer as suas encomendas que a Associação Selectiva Moda (ASM) organizou também o Fórum de Tendências, logo à entrada da feira. Regeneration, Blossoming, Hybridization e Synaesthesia foram as quatro âncoras da curadora Dolores Gouveia para esta edição.
Outro foco da feira, muito apreciado pelo seu carácter disruptivo, foi o iTechStyle Showcase, organizado pelo CITEVE e ASM, que mostrou 90 produtos. Daqui resultou ainda o concurso iTechStyle Awards, tendo sido conhecidos dia 21 de fevereiro a primeira remessa de finalistas. Na categoria de tecidos: A. Sampaio & Filhos, Joaps, Coltec e RDD Textiles; nos produtos: Brandbias, FLM Têxtil, JCaetano e Têxteis Penedo; e nos acessórios: Luís Rodrigues & Teixeira, Bordados Oliveira e YKK Portugal.
Os dois dias ficaram ainda consolidados com um intenso programa paralelo no palco iTechStyle Talks – onde foram debatidas temáticas como o passaporte digital de produto e apresentados projetos importantes em termos de I&D. As feiras Techtextil e Texprocess organizadas pela Messe Frankfurt, e os resultados do primeiro relatório be@t – Bioeconomia Têxtil, entre tantos outros, também subiram ao palco. De notar ainda os dois minicursos organizados pela Mind Technology e a apresentação de Tendências Primavera-Verão 2024 da WGSN, que tiveram inscrições lotadas.