A primeira edição da feira Mod’Unica vai ter um palco para debater durante dois dias os temas mais essenciais para o sector, em parceria com entidades e personalidades relevantes no universo da indústria têxtil e vestuário. A primeira talk confirmada é a de dia 26, às 14h30 intitulada ‘Waste2BioComp’, que terá como oradora Helena Vilaça, do departamento de química e biotecnologia do CITEVE.
A responsável irá apresentar os resultados do projeto europeu ‘Waste2BioComp’ que termina este ano, criado com o objetivo de transformar resíduos orgânicos em componentes de base biológica para a indústria têxtil. “Esta apresentação pretende mostrar os principais resultados do projeto, com foco na cadeia de valor têxtil, nomeadamente na aplicação de bio polímeros em têxteis técnicos para, por exemplo, a prática desportiva e o desenvolvimento de tintas para impressão digital com produtos de base biológica para substratos têxteis e outros”, resumo ao T Jornal.
O projeto teve início em 2022 estruturando-se em oito workpackages, sendo o CITEVE o coordenador. No WP4 o centro tecnológico ficou encarregue de produzir os demonstradores para cada VC a partir de materiais de base biológica, por exemplo máscaras faciais de não tecidos PHAS revestidos em substratos de algodão, peças de vestuário de moda de substratos têxteis e de couro impressos em jato de tinta, bem como de avaliar as propriedades mais relevantes.
“Trabalhamos a parte dos desenvolvimentos de I&D, das formulações numa escala laboratorial e na sua adequação para depois serem passadas para a escala industrial”, contextualiza Helena Vilaça. Fazem parte deste projeto também as empresas Riopele, que é a tomadora da tecnologia, ou seja, que será responsável por fazer o scale up, e a MTEX NS, que desenvolveu a tecnologia de impressão digital.
Questionada sobre o principal fator inovador do projeto, a responsável responde que o carácter inovador se prende com “o desenvolvimento de um bio poliéster por processos mais eficientes, a produção de um bio poliéster com propriedades mais alargadas e a possibilidade de este ser integrado em três cadeias de valor – calçado, embalagens e têxtil”. Os desenvolvimentos de tintas para estamparia digital com pigmentos mais sustentáveis também é uma conquista significativa da equipa.