Portugal escapa à inflação dos preços no têxtil e vestuário
O aumento conjugado dos custos energéticos, das matérias-primas e dos transportes e interrupções na cadeia de fornecimento já estão a exercer impacto nos preços de venda do setor têxtil e do vestuário no consumidor final nos principais mercados europeus, mas Portugal é dos poucos onde essa pressão ainda não se fez sentir: em setembro houve uma deflação de 2%.
Mas, como os empresários portugueses vêm antecipando há alguns meses, Portugal acabará também por evoluir no sentido do aumento da inflação nos próximos meses, uma vez que os fatores que influenciam o aumento dos preços estão já presentes no interior das fronteiras.
O setor, tradicionalmente deflacionário, fechou agosto com a maior taxa de inflação desde que há monitorização (cerca de 1,5% em média para a União Europeia) e os valores de setembro, os últimos disponíveis, confirmam a tendência de alta.
Segundo o Eurostat, gabinete de estatísticas da União Europeia, a República Checa lidera a alta do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do setor no continente europeu, com taxa homóloga de 9,3% em setembro passado.
A Turquia surge em segundo lugar, com um IPC de 7,3% em setembro, que, apesar de estar bem acima da média europeia, é o menor do país nos últimos três meses. Entre as principais economias europeias, a França registou o menor IPC do setor, com taxa de 0,8% em setembro.
Alemanha, Itália e Espanha encontram-se acima da média europeia, com uma inflação de, respetivamente, 3%, 2,5% e 1,9% em setembro.
Para além de Portugal, mais 9 países da União Europeia encerraram setembro com um IPC negativo. A Irlanda posiciona-se em último lugar no ranking, com uma taxa negativa de 3,1% ano-a-ano, seguida pela Suíça e Croácia (ambas com 2,4% negativa), Finlândia (queda de 2%), Estónia, Dinamarca, Eslovénia, Grécia e Noruega.