Redação | Joana Rodrigues
Da aposta nas malhas, à coleção unissexo, passando pelo regresso ao preto de Miguel Vieira e a preocupação com a sustentabilidade, estes foram alguns dos destaques no terceiro dia do evento.
A tarde de sexta-feira, 18 de março, começou com uma projeção de alegria às mãos de Susana Bettencourt, após um período difícil de pandemia que estimulou a introspeção.
Partindo de conceitos como a identidade e o poder da cor, a criadora escolheu abrir o seu desfile com uma alusão à ideia de casulo, com uma manequim a desfilar de o rosto tapado.
As suas propostas começaram com o preto e o azul escuro e evoluíram para uma explosão de cores fortes e chamativas como o rosa e o laranja. Susana Bettencourt apostou em força nas malhas, onde os casacos e camisolas são as peças essenciais.
Seguiu-se o regresso de Pedro Pedro aos desfiles, após uma pausa de 3 anos na criação de moda. O seu mais recente trabalhado foi uma coleção unissexo, apresentada pela primeira vez apenas com manequins homens.
Lãs, cetim e peles falsas foram as escolhas para dar vida às peças intemporais como coletes, casacos, blazers, e sobretudos oversized. Pedro Pedro deu destaque a diferentes tons de verde e castanho, bem como ao preto e branco.
O terceiro dia do Portugal Fashion ficou ainda marcado pela vertente solidária incorporada por Alexandra Oliveira, designer da marca Pé de Chumbo, ao abrir o seu desfile com uma t-shirt desenvolvida em parceria com o artista Fiumani, cuja venda tem como propósito “minimizar o sofrimento provocado pela guerra na Ucrânia”.
Numa coleção pensada antes do começo do conflito mundial, a criadora da marca Pé de Chumbo escolheu tons dourados, castanhos, azuis, cinzas e brancos para peças baseadas em diferentes texturas.
Sendo a sustentabilidade e a reutilização de materiais uma das grandes preocupações da marca, os tecidos usados foram materiais que restaram de antigas coleções ou reaproveitados de outras fábricas.
O dia terminou com o desfile de Miguel Vieira que trouxe de novo o preto como a estrela da sua coleção, num regresso às origens, embora assuma que esta não é a sua zona de conforto.
A passerelle encheu-se de smokings femininos e masculinos, numa exploração de “combinações rebeldes, fora da regra, capazes de revelar bastantes personalidades fortes”.
Os coordenados monocromáticos foram a grande aposta, numa combinação de blazers de corte clássico com calças oversized, vestidos com decotes nas costas e acessórios como chapéus e lenços de diversos padrões.

Imagens: Melissa Vieira / Observador . . Portugal Fashion: apoio à Ucrânia e o regresso de Pedro Pedro marcam o 3º dia