A ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal dinamizou na passada sexta-feira um webinar sobre o Novo Modelo de Recibos de Vencimento, em conjunto com a Business Roundtable Portugal e a Salvador Caetano. Uma iniciativa que mobilizou cerca de 50 empresas do sector, confirmando a relevância de discriminar nos recibos mensais os custos da empresa com o trabalhador. Enquadre-se que Portugal tem o oitavo maior tax wedge (diferença entre o custo de um trabalhador para a empresa e o salário líquido recebido) da OCDE.
“Uma das principais razões do nosso reduzido crescimento é o preconceito que existe contra o sucesso e a criação de riqueza por parte das empresas” avançou Ângela Correia, em representação do BRP. “Parte desse preconceito pode ser minimizado se os empresários e as pessoas de sucesso comunicarem melhor”, sugeriu.
Sete empresas do Business Roundtable já testaram a implementação do recibo, entre elas o grupo Salvador Caetano, representado no webinar por Paula Arriscado e Miguel Teixeira. A dupla fez uma apresentação do framework de implementação e mostraram exemplos concretos e finalizados do recibo, que inclui custos fiscais e parafiscais obrigatórios, em particular a TSU do empregador – 23,75% sobre o salário bruto.
Pelos vistos não é só nas grandes empresas que a mudança está a acontecer, no seio da família têxtil também já se dá os primeiros passos na implementação deste modelo. A LMA, através de Marta Costa, confirma a adesão ao novo recibo de vencimento, que sairá para os colaboradores já no próximo mês de dezembro, com uma descrição do processo como “relativamente simples”.
Ana Furtado, da A. Sampaio & Filhos, foi outra das presentes. “Sem sabermos que a BRP estava a trabalhar nisto, era uma informação que achávamos que devíamos de partilhar para uma mais justa perceção do que é o esforço das empresas. Nesse sentido, louvamos a iniciativa e o empurrão que estão a dar ao tecido em geral”, disse.
“A ATP associa-se a esta iniciativa pelas vantagens que a mesma encerra, pois, ao ajudar os trabalhadores a perceberem a parte do custo de trabalho que é destinada ao Estado e a parte que lhe é entregue, melhora a literacia financeira e ao mesmo tempo sensibiliza o país para a elevada carga fiscal praticada em Portugal”, concluiu em declarações ao T Jornal.