Paloma Elsesser ou a modelo que rompeu os cânones da indústria
A manequim plus size recém-escolhida do ano luta pela diversidade: “Quero ver mulheres com corpos maiores, pele mais escura, pessoas com deficiência e todas as identidades que foram deixadas de lado”.
Ashley Graham, a modelo plus size mais reconhecida da indústria, já tem uma sucessora. Paloma Elsesser, uma americana de 28 anos que veste o tamanho 44, foi escolhida pela revista Vogue para ilustrar a sua capa em janeiro deste ano. Poucos dias antes, foi o site models.com que a nomeou a melhor modelo do ano. O seu físico, a sua pele e sua luta incansável para acabar com os estereótipos de beleza que sempre acompanharam a indústria da moda fizeram desta promessa das passarelas uma das maiores representantes da diversidade estética.
A modelo, que conquistou o mundo da moda e da cosmética, nasceu em Londres em 1992. De pai chileno-suíço e mãe afro-americana, mudou-se quase que recém-nascida para Los Angeles, onde sofreu bullying dos seus colegas de escola com maioria branca.
“Desde muito jovem soube que era diferente e esforcei-me por ter a certeza do meu corpo, da minha roupa para entrar numa sala cheia de gente… Não penses que já superei isso. Ainda hoje penso nos mesmos pensamentos e tenho conflitos quando entro nas redes sociais”, reconheceu.
Bafejada pela sorte
Quando foi para Nova Iorque estudar psicologia, começou a entender-se e a amar-se, a ver que também poderia trazer beleza. E por um golpe de sorte, a maquilhadora Pat McGrath recrutou-a para a sua campanha publicitária quando a descobriu no seu Instagram, @palomija. Desde então, retocou levemente o seu rosto até o converter numa obra de arte.
Mais tarde, participou noutras campanhas de maquilhagem, como “Body Hero” para Glossier ou Fenty (Rihanna). Paloma sempre soube que era bonita “na cara” e teve sorte de não ser a única a pensar isso. Até protagonizou campanhas para a Nike.
Representada pela IMG, a agência de modelos que apresentou Ashley Graham, outra curvilínea de sucesso, Paloma Elsesser conseguiu desfilar para a Fendi e Ferragamo começando a trabalhar para a marca Coach.
Paloma Elsesser também participou da semana de moda de Nova Iorque como modelo em 2018. Num mundo que consideramos cheio de críticas a qualquer excedente físico de perfeição, é louvável ver como estão os novos valores da sociedade (nem todos, infelizmente ) promovem a inclusão e o respeito por todas as origens, aspectos físicos e sensibilidades.
Ser gorda não significa ser feia
“Ser gorda não significa ser feia”, declarou a beldade retumbante, que também posa nua num poster gigante nas ruas de Nova Iorque promovendo “souties” desportivas da Nike ou roupas íntimas Bonds. Dito e feito. Mudou os parâmetros de correção e ideais gregos de beleza.
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A vida real está cheia de pessoas com diferentes físicos que só agora parecem estar representadas em campanhas publicitárias, da mesma forma que agora quando são criadas peças para todos os físicos e tamanhos.
Paloma, que pratica desporto regularmente, tornou-se bandeira de inclusão, integrando grupos de ação no mundo da moda, do cinema ou influencers. Ciente de sua grande visibilidade, viu a sua imagem ser utilizada de forma positiva e o seu tamanho, como exemplo da norma entre centenas de milhões de pessoas.