A revista Vogue US está envolta num escândalo logo após um dos seus repórteres se referir à homossexualidade da modelo Cara Delevingne como “uma fase, algo passageiro”. A comunidade LGTB (comunidade gay) sentiu-se profundamente ofendida com o artigo principal, e já reuniu mais de 12 mil assinaturas exigindo um pedido de desculpa público por parte da Vogue.
Cara Delevingne protagoniza a capa da edição de Julho e foi o jornalista Rob Haskell que escreveu o perfil da modelo inglesa. É a primeira vez que Cara fala abertamente sobre a sua sexualidade, assim como é também a primeira vez que confirma o romance com a cantora Annie Clark.

Estes são os parágrafos que tanto irritaram a comunidade LGTB:
“Cara disse que estava confusa sobre a sua sexualidade quando era jovem, e que a possibilidade de ser gay a assustava”. Segundo as palavras da modelo “…Demorei muito tempo a aceitar a ideia, até me apaixonar por uma mulher aos 20 anos, altura em que percebi que tinha de aceitar a realidade. Mas só tenho sonhos eróticos com homens (…)”.
Os pais parecem pensar que as mulheres são apenas uma fase na vida de Cara Delevingne, sentindo estar certos. No entanto, ainda segundo a modelo “As mulheres são as que me inspiram mas também têm sido a minha perdição. Elas só me fizeram mal… A minha mãe foi a primeira”.
E continua: “A coisa é assim: se alguma vez encontrar um homem do qual me possa enamorar, gostaria de casar e ter filhos com ele, mas isso assusta-me porque creio que estou louca, e sempre penso que para um homem se aproximar de mim, tem que me conhecer a fundo”.
Rob Haskell por seu turno deita mais lenha na fogueira ao argumentar que “Quando sugiro a Cara que para confiar num homem teria de rever um velho preconceito que tem sobre si mesma – que as mulheres são seres problemáticos e, por conseguinte, só elas a podem entender – o sorriso dela diz-me que concorda com o meu ponto”.
Estes dois parágrafos foram os que motivaram Julie Rodriguez a recolher assinaturas para exigir à Vogue um pedido de desculpas formal e publico. “A ideia de que as mulheres homossexuais só têm relacções com outras mulheres devido a traumas de infância, é uma falsa e prejudicial ideia para as lésbicas e bissexuais, que têm lutado durante décadas para acabar com este estereótipo”, disse Julie.